Um relatório da Crypto Valley Venture Capital (CVVC) mostra que o número de empresas que trabalham com moedas digitais ou o blockchain no "Crypto Valley", o coração da atividade de criptomoedas perto do município de Zug, na Suíça, quase dobrou para 600 no ano passado. Os números incluem também empresas que operam no vizinho Liechtenstein.
Das 50 principais empresas listadas, cinco são unicórnios baseadas no Crypto Valley ou originárias da região. Elas incluem a maior mineradora de Bitcoins do mundo, a Bitmain, bem como outras empresas líderes nas criptomoedas, como a Cardano, Dfinity, Ethereum e Xapo. A receita da Bitmain subiu 1.700 por cento, para US $2.5 bilhões em 2017, de apenas US $137 milhões dois anos antes. Seu lucro líquido para o ano todo subiu para US $1,2 bilhões.
Mais de 440 pessoas, a maioria delas expatriados, trabalham para as maiores empresas de criptomoedas de Zug. Todas as empresas da região parecem ser bem financiadas, ostentando um valor de mercado combinado de mais de US $44 bilhões. Os níveis de capital muitas vezes atingem “dezenas ou centenas de milhões de dólares” para várias empresas - uma característica que as distingue de startups em outras partes do mundo, disse a CVVC no relatório.
A investidora CV Venture Capital trabalhou com contadores da PwC Strategy & Switzerland e da Inacta para identificar as 50 principais empresas do Crypto Valley com base em dados do CV Maps, várias exchanges de criptomoedas, relatórios de mídia e plataformas de mídia social como LinkedIn.
A Suíça adotou uma postura progressista em relação às criptomoedas, legalizando seu uso e formalizando transações de criptomoedas em diversos contextos. Mas algumas equipes de projetos de criptomoedas ainda acham difícil abrir contas bancárias e alguns banqueiros e investidores focados em criptomoedas destacaram a necessidade de maior clareza regulatória.
No entanto, o país vê o dinheiro virtual e a tecnologia blockchain como inovações estratégicas nas finanças globais e está empenhado em manter o crescimento da indústria, ao mesmo tempo em que expande o número de empregos que tem para oferecer no mercado. O regulador tributário do país considera as criptomoedas como ativos, sujeitos a impostos sobre a riqueza que devem ser declarados nas declarações anuais de impostos.
No entanto, a incerteza entre os bancos suíços tradicionais sobre o policiamento e a implementação das ofertas iniciais de moeda (ICOs) no mercado financeiro os tornou cautelosos. Muitos continuam relutantes em emitir contas das empresas para os participantes do mercado nascente, o que levou à saída de pelo menos dois grandes players apenas este ano. Apesar disso, muitos bancos começaram a se abrir. Um exemplo é o Maerki Baumann, um banco privado de 86 anos, que agora aceita cripto ativos.
Para se qualificar para a lista da "Super Liga" da CVVC das empresas mais bem avaliadas da Suíça, as empresas devem cumprir três critérios. Primeiro, a tecnologia blockchain deve fazer parte do centro da empresa (core business). Em segundo lugar, as empresas qualificadas devem empregar mais de uma pessoa na Suíça ou em Liechtenstein. Finalmente, as empresas “devem dar alguma contribuição ao ecossistema blockchain e à comunidade Crypto Valley”.
Requisitos adicionais incluem uma das três opções a seguir: financiamento superior a US $10 milhões, uma avaliação de mais de US $10 milhões ou a oferta de pelo menos 10 cargos em período integral na Suíça ou em Liechtenstein.
O relatório da CVVC também lança luz sobre o crescimento de vários subsetores da indústria de criptomoedas em Zug, incluindo detalhes sobre a capitalização de mercado e a quantidade de pessoas que trabalham em empresas específicas. Da tecnologia da saúde à análise de dados e à esfera do governo eletrônico, várias indústrias estão executando negócios com base em criptomoedas e no blockchain no Crypto Valley. Dois segmentos secundários aparecem na lista dos 50 principais: corretoras, trade e câmbio, bem como plataformas e protocolos. Cada setor é representado por 11 empresas. Outras áreas cobertas incluem as indústrias de hardware e middleware, bem como serviços relacionados à comunidade, peer-to-peer e lealdade.
Daniel Diemers, sócio da PwC Strategy & Switzerland, afirmou: “O Crypto Valley cresceu enormemente em apenas três anos. Até dois ou três anos atrás, havia apenas 10 a 15 empresas na indústria de blockchain. A PwC (percebe)… o potencial do blockchain e como é importante para as empresas entenderem a tecnologia e se aproximarem de startups inovadoras no mercado.”
Fonte: news.bitcoin
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