Eric Altafim, diretor da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), disse, durante a Sustainability Week 2024, que duas tecnologias podem fazer a diferença no processo de transformação digital dos mercados financeiro e de capitais: blockchain e, dentro dela, a tokenização de ativos, conhecido também como tokens RWA.
“Fazer a transformação digital não é digitalizar o processo; a liderança precisa estar ciente do que as tecnologias são capazes de oferecer para combinar com seus negócios e fazer uma transformação verdadeira. Quando olho para o mercado de capitais, a blockchain vai permitir fazer uma desintermediação mais forte, baratear os custos do processo”, disse Altafim.
Segundo o diretor da AMBIMA, é preciso combinar as visões de negócios e de tecnologia para que existam processos que vão transformar verdadeiramente o sistema financeiro.
O evento, organizado pelo BID Invest com apoio da ANBIMA,é um dos principais de sustentabilidade na América Latina e Caribe e está acontecendo em Manaus até o dia 13. Altafim participou de painel ao lado de Daniel Maeda, diretor da CVM; Carolina Rivas, CIO da Tembici; David Brogeras, head de Digital Transformation Advisory Services no IDB Invest; e Bernardo Srur, CEO da ABCripto.
“A tokenização é uma tecnologia que, bem estruturada, é mais barata e dá mais transparência, pois o regulador verá todas as informações lá dentro. Ela permite acessar clientes menores e fazer a tão sonhada democratização do mercado de capitais. Isso é usar a tecnologia para resolver uma dor do mercado”, complementa o executivo.
Dentro do ecossistema de tokenização e tokens RWA, o Drex, CBDC do Banco Central do Brasil, é um dos principais projetos atualmente em andamento para integrar a economia digital com o mercado financeiro tradicional.
Recentemente o BC adiou o lançamento do Drex, previsto inicialmente para o fim de 2024, para, possivelmente final de 2025, começo de 2026, devido a problemas identificados nas soluções atuais de privacidade apresentadas durantes os testes da CBDC.
O Banco Central do Brasil também está explorando a possibilidade de vincular a identidade digital do Drex à plataforma Gov.br. Essa integração visa simplificar e padronizar as credenciais digitais dos cidadãos, proporcionando uma experiência mais integrada e eficiente.
Segundo explicou Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central, durante o 4º Congresso Brasileiro de Internet, a proposta do BC é padronizar a identidade das pessoas dentro do ambiente digital e facilitar o acesso aos serviços públicos. No entanto, esta proposta esbarra atualmente na interoperabilidade dos dados, na base e uso das diferentes informações sobre os indivíduos.
"As credenciais ainda estão em fase de discussão, porque é um problema muito complexo. Quando você pensa em identidade digital, identidade é uma coisa global. Não é só a vida financeira da pessoa que está na identidade. Então isso ultrapassa o escopo do Banco Central", disse Araújo.
Segundo o coordenador do Drex, atualmente as pessoas têm sua identidade financeira, identidade de saúde, de educação, entre outras usadas por diferentes ministérios para prover diferentes serviços.
"O ideal é não ter uma identidade para o setor financeiro, uma identidade para o setor educacional, uma identidade para o setor de saúde, mas uma entidade que promova isso, e pode ser a partir do Gov.br, que tem avançado bastante", afirmou.
Fonte: cointelegraph
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