Para o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, o sistema de tokenização que o Banco Central pretende implementar com o lançamento do Real Digital deverá mudar o sistema financeiro nacional ao promover novas modalidade de financiamento a empreendimentos na economia brasileira.
Damaso falou sobre o tema durante um evento recente, em que avaliou que as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês), como o Real Digital, são um novo movimento na economia e uma novidade para todo o mercado financeiro, assim como a integração das criptomoedas com a economia tradicional.
No entanto, apesar da novidade, ele acredita que isso não impediu e não impede que estas inovações sejam importantes fatores de mudança na economia nacional. “Precisamos aceitar isso, conhecer a tokenização e reconhecer seu potencial. Este é um tema fundamental e que está na agenda do governo", disse o diretor.
Visão do mercado
No mesmo evento, ao discutir o Real Digital, Denise Cinelli, Country Manager da CryptoMarket no Brasil, disse que acredita que a CBDC brasileira é uma das mais avançadas do mundo e que a implementação bem-sucedida da versão digital do real pode colocar o país em um outro patamar na economia mundial.
A executiva da CryptoMarket expressou otimismo em relação ao lançamento planejado do projeto no próximo ano, destacando que ele será um marco para as negociações internacionais no país. Ela conclui sua análise afirmando que "as criptomoedas vieram para promover uma independência e uma inclusão financeira", e defendeu a necessidade de ter empresas reguladas operando no mercado para garantir a segurança dos ativos dos usuários.
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Já sobre a regulamentação das criptomoedas no país, a executiva da CryptoMarket apontou que as criptomoedas fazem parte do mercado financeiro e a cada dia ganham mais espaço no setor. No entanto, ela acredita que o maior desafio do Banco Central será a inovação, principalmente devido à natureza descentralizada e privada das criptomoedas.
"No caso das criptomoedas, não existe uma instituição ou governo por trás que controle esses ativos. Com isso, cada usuário é dono do seu ativo e se o mantiver dentro de uma cold wallet, é impossível de rastrear ou tributar", disse. De acordo com Cinelli, o BC terá que regular as criptomoedas que passarem por uma exchange, respeitando os princípios de uso das criptomoedas e de blockchains para evitar uma fuga massiva dos usuários para exchanges estrangeiras.
O Real Digital está atualmente na sua versão de projeto piloto, com testes ocorrendo ao longo deste ano e com seu lançamento previsto para 2024, segundo o Banco Central. Esse novo meio de pagamento deverá incentivar a digitalização dos consumidores e a bancarização de pessoas que ainda não utilizam contas bancárias.
"A tokenização oferece aos usuários novas formas de automação e a possibilidade de registro de ativos de diferentes naturezas em um mesmo ambiente. O surgimento do Real Digital, criado pelo BC, ofertará mais infraestrutura para o mercado e contribuirá com uma economia tokenizada. Essa nova solução tecnológica - moeda digital do Brasil - revolucionará o mercado oferecendo para os consumidores e empresas serviços que vão além dos pagamentos digitais", afirmou o vice-presidente de Negócios da FIS, Anderson Lucas.