Real Digital: projeto-piloto começa neste mês, diz Campos Neto

Por 02/03/2023
02/03/2023


Um projeto-piloto do Real Digital deve começar a ser operado neste mês de março, segundo informou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. A expectativa é de que a moeda virtual esteja funcionando já em 2024 para o público. A iniciativa já era esperada para o primeiro semestre deste ano.

Campos Neto, que participou de um evento em uma universidade de Brasília, afirmou que o Brasil será um dos primeiros países do mundo a iniciar os testes. O Real Digital deve ser uma extensão do dinheiro que as pessoas já utilizam hoje porque vai ser tokenizado a partir de um depósito — a partir do depósito em dinheiro físico, o real será digitalizado.

Essa é uma vantagem do ponto de vista regulatório. Campos Neto explica que não será necessário criar uma regulamentação nova justamente porque a moeda virtual vai herdar toda regulação do depósito.

Tokens são a representação digital de um ativo – dinheiro, propriedade e investimento, por exemplo – em uma rede de registro distribuído. O termo é normalmente atribuído ao universo das criptomoedas, mas o BC já afirmou que o real digital não será um criptoativo. 

Recentemente, em outro evento, Campos Neto afirmou que a moeda virtual vai fazer o Brasil se distanciar do resto do mundo na digitalização do processo de intermediação financeira e que ela faz parte de um conjunto de três blocos, com o Pix e o Open Finance, que ajudará a elevar os serviços financeiros no Brasil para outro patamar.

O que é o Real Digital?

O Real Digital é classificado como Central Bank Digital Currency (CBDC) – ou moeda digital de banco central, em tradução livre. A moeda será produzida e regulada pelo BC, seguindo as regras vigentes na política monetária brasileira.

Uma CBDC é a versão virtual da moeda de um país — uma moeda alternativa, embora com o mesmo valor do dinheiro tradicional utilizado no dia a dia ou transacionado por meio de aplicativos.

Na visão do BC, o Real Digital tem algumas vantagens contra a moeda física, como menor custo de intermediação, maior eficiência, maior inclusão digital e a possibilidade de monetização.

A ideia é levar a moeda digital ao dia a dia da população, simplificando o processo de movimentação do dinheiro, em compras no varejo, investimentos e transações bancárias, por exemplo.

Vale ressaltar que o Real Digital não é uma criptomoeda especialmente porque regulamentação e o controle sobre a moeda virtual brasileira ficarão inteiramente a cargo do BC, ao passo que as criptomoedas têm uma gestão descentralizada.

Além disso, o Real Digital digital também não tem relação com o Pix, que é um sistema de pagamentos instantâneos cuja proposta é ser um meio de pagamento mais seguro, competitivo e rápido. E não é uma operação eletrônica, mas sim a própria moeda em sua versão virtual, que tem como objetivo facilitar operações financeiras virtuais, como pagamento de boletos pela internet ou recebimento de valores por serviços prestados.

Fonte: infomoney

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