Para desenvolver sua moeda digital, o banco central do Brasil estudou todo o mercado de criptomoedas e conheceu várias tecnologias blockchain. No meio do caminho, tudo indica que o Ethereum se tornou a inspiração para o Real digital.
Com um ecossistema de contratos inteligentes, o Ethereum pretende se tornar o primeiro algoritmo turing-completo descentralizado do mundo, ou seja, um computador universal.
E a ambiciosa intenção já atraiu para o ecossistema muitos pesquisadores interessados em fazer parte da inovação. O Ethereum, vale lembrar, se inspirou no Bitcoin e seus criadores eram entusiastas da primeira moeda digital descentralizada do mundo.
Alguns fãs do ethereum acreditam que um dia ele deverá ultrapassar o bitcoin em valor total de mercado, se tornando a maior criptomoeda do mundo, apesar das críticas quanto a sua atual centralização.
Sem buscar reinventar a roda, o Banco Central do Brasil tem divulgado pelo mundo que seu modelo de moeda digital de banco central (CBDC) busca uma inovação sem precedentes entre os países. Isso porque, a ideia de criar um dinheiro programável, com aplicações em seu ecossistema, é a atual meta da autarquia.
Para criar tudo isso, o coordenador do BCB indicou, em entrevista ao Valor Econômico, que o Ethereum foi a tecnologia base de inspiração para o Real digital. Assim, a nova moeda deverá possibilitar emissão de tokens, stablecoins, contratos inteligentes e DeFi, além de registros em blockchain para vários setores.
A intenção, de fato, é tornar o dinheiro brasileiro mais que uma simples moeda, mas um Sistema de Pagamento Digital. Com isso, o Real digital deve se integrar a todas as outras ferramentas já criadas pelo banco central.
Uma delas é o próprio PIX, sistema de pagamentos instantâneos que a autarquia considera um sucesso. Como o sistema implementado em 2020 que ganhou rápido reconhecimento pelos brasileiros, o BCB deve integrar ao Real digital, gradualmente a partir de testes que devem começar ainda em 2023.
Apesar da inspiração no Ethereum, o Real digital não será uma blockchain aberta ao público brasileiro e mundial.
O banco central estuda uma forma de licitar a construção da base da moeda no futuro, mas um dos critérios é que o sistema deve ser completamente fechado, ou permissionado. Esse conceito é mais conhecido por profissionais que trabalham com as chamadas blockchains privadas.
De qualquer forma, um banco central reconhecer a inspiração em uma criptomoeda mostra que os reguladores seguem atentos ao desenvolvimento e inovação do mercado. O Ethereum, por exemplo, é a segunda maior criptomoeda, atrás apenas do Bitcoin.
Novo Real deve se conectar a aparelhos eletrônicos
Também em entrevista ao Valor, o diretor de Inovação da Fenasbac, Rodrigoh Henriques compartilhou mais alguns detalhes do projeto. A instituição ajuda o Banco Central do Brasil a criar o Real digital, através do Lift Learning.
Segundo ele, no futuro um robô da Alexa, por exemplo, poderá iniciar uma transação com Real digital.
A ideia é que as carteiras digitais do Real digital se integrem ao ambiente IoT no futuro, facilitando os pagamentos para brasileiros.
Fonte: livecoins
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