Nos últimos anos, não faltaram eventos que debateram e projetaram as possibilidades que a Web 3.0 poderia proporcionar às empresas e às pessoas em todo o mundo. Mas nunca uma teoria se tornou prática em tão pouco tempo. Em menos de dez anos, o que era apenas um conceito se transformou em realidade palpável – e em desafio – para diversos setores socioeconômicos. A terceira revolução da internet já começou e conta com a tokenização como principal forma de popularização.
Foi em 2014 que a expressão Web 3.0 ganhou uma proposta graças a Gavin Wood, cofundador da blockchain Ethereum. Se a primeira revolução era da informação, ou seja, com a explosão da internet comercial e o surgimento de sites, e a segunda passava pela interação oferecida por plataformas e redes sociais, a terceira refere-se à propriedade. Ou melhor, à possibilidade de controle dos próprios dados por parte dos usuários, descentralizando as decisões e os processos.
A base para essa ideia é justamente a popularização e consolidação da tecnologia blockchain, uma extensa base de dados que permite que as informações possam navegar de uma ponta a outra de forma segura, transparente e sem intermediários – seja um valor financeiro, uma documentação ou qualquer outro ativo digital. O boom das criptomoedas é apenas um exemplo desse novo momento da internet.
Portanto, se até mesmo o dinheiro pode ser digitalizado e transacionado sem a sua versão física, não há limites para o que pode migrar do ambiente físico para o virtual. É justamente nesse ponto que a tokenização mostra sua força e se consolida como a principal característica da Web 3.0.
Se estamos falando de um mundo cada vez mais imersivo entre o que é on e off-line, o que possibilita essa ponte entre esses dois ecossistemas para bens e serviços vai se posicionar na vanguarda dessa revolução.
Para se ter uma ideia, estamos falando de um mercado que deve movimentar sozinho mais de US$ 13,5 bilhões até 2030, com um crescimento médio anual de 24% no período, segundo a consultoria Grand View Research. De opções de investimento a imóveis, passando por produção intelectual, setor de minas e varejo, praticamente tudo pode ser tokenizado e, claro, negociado digitalmente.
A volatilidade das criptomoedas e a bolha especulativa que se formou em torno dos NFTs levantaram suspeitas sobre a capacidade da tokenização de liderar essa revolução em curso da Web 3.0. É compreensível a suspeita em torno de um nicho que, apesar das cifras, ainda é recente. Contudo, mais do que a quantia que movimenta, é sua característica que o faz se tornar uma modalidade promissora.
Para isso, é importante relembrar rapidamente sua definição. Trata-se de um processo que transforma um ativo físico em digital, permitindo sua circulação pela internet graças às regras estipuladas e definidas em seu smart contract. Ou seja, a informação que carrega possui um lastro no “mundo real”, evitando golpes e garantindo que a transação seja completa.
Dessa forma, a tokenização nada mais é do que uma forma de legitimar qualquer operação que possa ocorrer no ambiente virtual – isso, claro, quando feita por uma empresa séria e comprometida com o setor.
Logo, em um mundo que já projeta o metaverso e consolida ambientes digitais imersivos, ferramentas que trazem segurança e validade para transações tornam-se imprescindíveis. Sem elas, é inviável construir qualquer projeto de imersão entre on-line e off-line.
Analisando a retrospectiva dos últimos três anos, fica evidente como as consequências da pandemia de covid-19 aceleraram a integração entre canais virtuais e reais. De repente, as pessoas tinham que evitar aglomerações, o que fez diversas possibilidades serem colocadas em prática finalmente.
A tokenização, portanto, apenas acompanhou essa evolução, amadurecendo-se como uma alternativa interessante para transacionar informações, inclusive financeiras, entre pessoas e empresas.
Os alemães contam com uma palavra para isso: zeitgeist, que pode ser entendida como espírito do tempo. Isto é, a conjunção de fatores que permite que diversas situações ocorram em um mesmo período.
A consolidação dos tokens acompanha a demanda por transformação digital que já era nítida há algum tempo, mas que encontrou a partir de 2020 a oportunidade perfeita para surgir e, claro, oferecer soluções.
Hoje, já é praticamente inviável pensar em um mundo sem os benefícios da tokenização. Diversos setores desburocratizaram processos e descobriram novos modelos de negócios levando seus ativos para o ambiente digital.
É claro que esse é só o começo e há muito a ser feito – a regulamentação nos países ainda é um tema que merece atenção e cuidado. Mas não se engane: a Web 3.0 já é uma realidade e são os tokens que representam a cara, o espírito e as oportunidades dessa nova era.
Fonte: moneytimes
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