O Nubank e a exchange de criptomoedas Foxbit podem habilitar em breve um sistema que permite fazer remessas de dinheiro fiduciário, como reais ou dólares, usando a rede Lightning Network do Bitcoin.
A solução integra a parceria do banco e da exchange com a Lightspark, que desenvolveu o protocolo, UMA (Universal Money Address), que, basicamente, funciona com o Pix, permitindo que os usuários cadastrem e-mails ou nomes como seu endereço de recebimento e, por meio dele, de acordo com cada plataforma, eles podem receber tanto Bitcoin e criptomoedas como moedas fiduciárias.
"Isso significa que você pode ter algo como Cristina@chase.com como seu endereço para receber dinheiro. Assim, em vez de lembrar endereços de carteira complicados ou chaves, você pode movimentar dinheiro entre países de forma simples. Esse é o conceito por trás do UMA. Por exemplo, se você tem uma conta bancária no Brasil e quer receber dinheiro de alguém nos EUA, o endereço UMA facilita essa troca de dinheiro entre moedas e países", revelou, durante o evento Modular, ao Cointelegraph Brasil, Nicolas Cabrera, VP de produtos.
Cabrera revelou que tudo funciona on-chain, em segundos, usado a Lightning Network (LN) que atua basicamente como uma 'ponte' de liquidação que conecta a infraestrutura on e off-ramp nas diferentes jurisdições.
"O que fazemos é converter o real brasileiro para Bitcoin, que atravessa a fronteira, e depois o receptor pode escolher se quer converter de volta para dólares ou manter o Bitcoin", destacou Cabrera.
Assim, via API conectada com o canal da empresa na LN, a moeda fiduciária é transformada em BTC que depois e convertido na moeda fiduciária e depositado na conta do cliente na plataforma do destinatário.
"Fizemos todos os bancos dos EUA compatíveis com a Lightning. Agora, se você tem uma conta bancária local nos EUA ou quer receber dinheiro em sua conta bancária lá, e há um parceiro no Brasil, você pode iniciar a transferência para o UMA correspondente. O protocolo UMA permite que as instituições financeiras troquem as informações necessárias para conformidade e, uma vez que tudo esteja certo, o pagamento é processado instantaneamente.
Isso acontece 24/7, sem interrupções, porque viaja pela Lightning, que nunca para. O dinheiro vai de conta bancária para conta bancária de forma instantânea.", destacou.
Nicolas afirma que as transações são concluídas em segundos, "imagine que é como um Pix Global", disse.
"Essa é uma boa analogia. Você tem o PIX no Brasil, o UPI na Índia, o SEPA na Europa, todos sistemas de pagamento instantâneo domésticos. Nós oferecemos uma experiência semelhante, só que em escala global", disse.
Para utilizar o serviço os usuários precisam ter uma conta UMA que pode ser criada em uma plataforma conectada com a rede, no Brasil, atualmente o protocolo já está habilitado na Ripio. A UMA funciona como as chaves PIX e o usuário pode ter uma "UMA" na Ripio e outro "UMA" em outra instituição.
"A Ripio é a única que anunciamos oficialmente, sim. Também mencionamos a Foxbit como uma de nossas parceiras. Ainda não está em operação, mas já anunciamos a parceria. Além disso, o Nubank é um dos nossos parceiros no Brasil", afirmou.
O executivo destaca que as taxas envolvidas no processo podem variar dependendo dos provedores locais, já que para 'fazer um pix', por exemplo, cada empresa, ou gateway, aplica uma taxa. Com relação à movimentação do valor via LN, as taxas são centavos, independente da quantia.
"É quase como a visão original de Satoshi para os pagamentos em Bitcoin. Em vez de ser apenas um armazenador de valor, como ouro digital, estamos tentando trazê-lo de volta para os pagamentos. Estamos nos movendo de uma rede fechada, como Visa ou MasterCard, para uma rede aberta. O Bitcoin é o único ativo verdadeiramente global com liquidez local na maioria dos países, além de clareza regulatória, sem uma entidade central controlando", afirmou.
Segundo Nicolas a expansão no Brasil ocorre, pois os brasileiros estão familiarizados com a inovação e com a movimentação instantânea de dinheiro, além disso, o mercado brasileiro é aberto e receptivo as novas tecnologias
"Vocês já estão familiarizados com o PIX e seus benefícios. Nos EUA, não temos algo assim no dia a dia, e invejo isso. No Brasil, vocês já compreendem o valor dessas transações instantâneas e agora podem aproveitar algo semelhante ao enviar dinheiro para fora do país.O mercado brasileiro é muito aberto e receptivo à nossa tecnologia. O Brasil, com seu mercado de pagamentos e criptomoedas, é um lugar incrível. Também estamos trabalhando com parceiros no México, Colômbia, Argentina, EUA, Europa e Filipinas", revelou.
A Lightspark estima que até o final do ano, cerca de 240 milhões de pessoas terão acesso ao UMA, por meio das parcerias que estão sendo construídas.
Fonte: Cointelegraph
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