Ao pensarmos em criptoativos, uma das principais características é o fato de serem intercambiáveis, além de fracionáveis.
No entanto, quando falamos de NFT (non-fungible tokens), são criptoativos únicos, isto é, possuem uma chave de identificação que os diferencia. Embora o registro no blockchain seja idêntico aos demais tokens, como Chainlink ou PAX Gold, seu funcionamento, na prática, é diferente.
Um token é um criptoativo, um bem digital que só existe dentro de um banco de dados compartilhado, usualmente, uma rede blockchain.
E o fato de ser não-fungível quer dizer que não pode ser intercambiável nem dividido.
Bens fungíveis, como por exemplo, soja, petróleo e dinheiro em espécie, podem ser substituídos sem perda de valor. Já um ingresso para um jogo, com lugar marcado, não. Quem pagou pelo assento específico, o fez por alguma razão, e nem sempre irá aceitar sua troca.
De maneira análoga, não é possível fracionar um ingresso de um jogo, pois só um detentor poderá ingressar no estádio. São estas características que tornam o ativo não-fungível.
Em resumo, é importante entender que o token pode representar um bem real, digamos, a posse de um imóvel, mas também pode ser algo integralmente virtual ou digital, como o direito sobre uma arte digital.
Exemplos de NFT na vida real:
É provável que você conheça cards de colecionadores, sejam eles de esportes, Pokemon, ou qualquer assunto.
Sem entrar no mérito de valor, já que quase tudo é subjetivo, especialmente em itens que despertam paixão, existe um mercado interessado em exibir e comercializar estes itens.
Pensando neste mercado, a NBA lançou o Top Shots, um mercado de itens virtuais, que incluem fotos e vídeos das melhores jogadas. No lançamento, são oferecidos pacotes por um preço fixo, contendo itens sortidos.
Embora os vídeos e imagens sejam públicos e qualquer um consiga assisti-los, a NBA, proprietária da marca, sanciona um certo número de “cópias digitais certificadas”, através de um NFT.
Num segundo momento, cada detentor desse card, é livre para colecionar ou colocar para revenda na própria plataforma, pelo valor que desejar. O detentor, se assim desejar, não é obrigado a exibir sua identificação para os demais participantes.
Ao comprar um NFT, digamos, de uma obra de arte digital, você está comprando o direito de uma “cópia certificada”, reconhecida pelo artista. Desse modo, o NFT é um direito de um bem digital, registrado e com identificação única em um blockchain.
Portanto, Isso permite que o autor, se assim desejar, crie cópias numeradas de uma mesma obra. Cabe ressaltar que ao comprar um NFT, exceto quando explícito no acordo e registro, usualmente não existe a negociação do direito autoral. O detentor desse NFT não irá receber nenhum fluxo de caixa, nem tampouco pode criar outros produtos utilizando a arte.
Atualmente, existem mais de 200 protocolos de NFTs, entre elas:
É um ecossistema de colecionáveis digitais que visa fornecer a seus usuários “uma experiência sensorial aprofundada” ao apresentar colecionáveis digitais em um mundo multiplataformas de realidade virtual e aumentada. É um conceito parecido com a integração de realidade em jogos pelo Pokemon Go com o mundo real.
Além de oferecer um mercado para uma gama interativa de colecionáveis digitais exclusivos e licenciados, Terra Virtua está lançando um ecossistema completo onde colecionadores podem armazenar, apresentar, interagir e mostrar sua coleção por meio de um aplicativo, que permite que usuários fotografem ou filmem a si mesmos interagindo com seu colecionável em um ambiente do mundo real.
Gary Bracey, CEO da Terra Virtua, afirma:
"A principal missão da Terra Virtua é levar NFTs ao mercado em massa.
A experiência de videogames da equipe principal nos dá um forte foco na experiência (UX) e interface de usuário (UI) e, ao tornarmos o processo ininterrupto e atrativo, desejamos popularizar o mundo dos colecionáveis digitais e interativos."
Em 2009, foi lançada a Enjin Network, uma plataforma de jogos que agora possui mais de 20 milhões de usuários. Em 2017, Enjin começou a criar um conjunto de produtos em blockchain que permitem que usuários gerenciem, explorem e integrem criptoativos de maneira mais fácil.
Em vez de usar um padrão ERC-721 para NFT, Witek Radomski, cofundador e diretor de tecnologia da Enjin, desenvolveu o padrão ERC-1155 que irá definir tokens de videogames no blockchain Ethereum.
O token Enjin alimenta mais de um bilhão de criptoativos, sendo que o ERC-1155 não serve apenas para jogos. Sua aplicação irá beneficiar inúmeras indústrias, desde a do entretenimento e de finanças ao design industrial, inteligência artificial e mais.
As ferramentas da Enjin permitem que desenvolvedores e estúdios da Enjin usem criptoativos tokenizados como parte de sua aquisição, retenção, seu engajamento e estratégias de monetização.
Esses projetos se destacam porque seus usuários não têm de interagir com a tecnologia oculta do blockchain, mas ainda assim podem se beneficiar bastante da tecnologia, tornando tais projetos prontos para a adesão convencional.
No futuro, os NFTs irão abrir a porta para a digitalização de todos os direitos de propriedade intelectual e tokenização de todos os ativos.
Por: Sophia Müller
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