Não foi só para o bitcoin que o mês de junho ficou marcado como um dos piores da história. No mercado de NFTs, a situação do último mês também foi crítica, com o menor volume de negociações dos últimos 12 meses.
Segundo relatório da Chainalysis, o setor movimentou aproximadamente US$ 1 bilhão em junho, a pior performance desde junho de 2021, quando foram movimentados US$ 648 milhões. O número recente está bem distante do recorde de US$ 12,6 bilhões em negociações, registrado quatro meses antes, ao longo de janeiro de 2022.
"É um processo de equilíbrio que tem muito mais a ver com o mercado fora do universo cripto do que propriamente com as moedas digitais e esse mundo dos NFTs. Tem relação com a alta de juros dos Estados Unidos, tem relação com a inflação, é também um reflexo da guerra na Ucrânia que gera uma alta nas commodities no mundo. O investidor acabou fazendo opção de se desfazer em algumas posições em cripto para buscar a rentabilidade nesses mercados mais conhecidos e isso fez com que as criptos tivessem uma queda", comentou Guilherme Rocha, sócio-fundador da plataforma de NFTs Muzik-Art.
Apesar do número negativo, ele acredita na recuperação para o setor: "A gente acredita que o mercado cripto é muito robusto, as tecnologias são imparáveis e novas aplicações sempre serão criadas e vão atrair o interesse dos investidores. Esse tempo de turbulência deve passar e, quando isso acontecer, as criptos vão se recuperar. A gente não consegue prever um tempo certo, por muitas variáveis, mas os movimentos dos mercados tradicionais vão segurar a inflação e em um médio prazo com certeza haverá um equilíbrio no mercado", completou.
Apesar do otimismo no médio e no longo prazo, o número sobre o mercado de NFTs é ainda mais preocupante quando observado em conjunto com dados mês a mês do último ano. Desde julho do ano passado, o mercado de NFTs sempre movimentou mais de US$ 2 bilhões mensais, superando a marca de US$ 5 bilhões em todos os meses entre agosto de 2021 e maio de 2022.
Apesar da queda no volume, as coleções mais famosas do universo NFT foram pouco afetadas. O piso dos tokens da Bored Ape Yacht Club, por exemplo, caíram apenas 1% durante o último mês. Essas coleções mais cobiçadas, chamadas de coleções "blue chips", também demonstraram desempenho superior ao de criptomoedas como bitcoin e ether durante o movimento recente de queda.
Além disso, o mercado de NFTs já atingiu, em 2022, volume total de negociações superior ao de todo o ano de 2021. Foram mais de US$ 42 bilhões até agora, segundo a Chainalysis, em comparação com os cerca de US$ 40 bilhões do ano passado.
Mesmo assim, a queda que afeta o mercado cripto, motivada pelo contexto macroeconômico que tem afetado outros mercados de risco, somado ao colapso do protocolo Terra, da plataforma de empréstimos Celsius e do fundo Three Arrows Capital, entre outros fatores, também atingiu os tokens não fungíveis.
O setor experimentou um boom no ano passado, quando registrou a venda de diversos NFTs por cifras milionárias e atraiu grandes empresas de fora do universo blockchain para o setor, como Coca-Cola, Pepsi, Adidas, Budweiser, Havaianas, Volkswagen e muitas outras.
Em 2022, o movimento continua, mas se o interesse dos consumidores seguir diminuindo, é possível que muitas das iniciativas sejam revistas. Até o momento, entretanto, não existe nenhum sinal de que isso esteja perto de acontecer.
Fonte: exame
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