Não é só nas criptomoedas que gigantes de Wall Street estão interessadas. De acordo com uma reportagem da CNBC, JP Morgan e Citi querem utilizar a tecnologia subjacente dos ativos digitais, a blockchain, para tokenizar ativos.
A tokenização é o nome dado ao processo em que um ativo físico passa a ser representado de forma digital por um token criptografado, e tudo acontece dentro da blockchain.
O ativo a ser “tokenizado” pode ser qualquer recurso que, diante de uma negociação, tenha um valor econômico. Isso inclui itens tangíveis, como móveis, imóveis, maquinários ou equipamentos, ou intangível, como direitos autorais, empréstimos, marcas registradas, títulos e ações.
O processo permite que a negociação dos tokens entre pessoas de qualquer lugar do mundo com facilidade e segurança.
Conforme apontou a reportagem, analistas da Bernstein disseram em uma nota publicada em junho que a tokenização de ativos poderia proporcionar uma liquidação mais rápida com custos mais baixos para as partes envolvidas. A empresa projetou que US$ 5 trilhões em ativos podem ser tokenizados em blockchain nos próximos cinco anos.
O processo atual de transferência de propriedade de um ativo em Wall Street leva tempo. Os investidores precisam usar uma corretora para comprar ou vender um ativo em uma bolsa. Em seguida, devem esperar dois dias úteis para que a transação seja liquidada – o que é conhecido como “D+2”.
Nesse sentido, os bancos acreditam que a tokenização pode eliminar esses intermediários e permitir transações quase instantâneas.
Apesar dos benefícios que a tecnologia pode proporcionar, pode haver alguns empecilhos para a tokenização via blockchain. Afinal, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) está reprimindo fortemente as empresas de criptomoedas.
Nos últimos meses, o regulador dos EUA abriu dois processos separados contra a Coinbase e a Binance – duas das maiores exchanges de criptomoedas do mundo. A SEC acusa as empresas de negociarem valores mobiliários sem a devida licença, violando as leis federais. Portanto, pode ser que o processo de adoção da blockchain em Wall Street enfrente alguns desafios regulatórios.
De toda forma, a tokenização de ativos é a próxima fronteira buscada por gigantes bancários. No Brasil, a CVM informou em junho que vai editar novas normas que afetam tokenização no Brasil. Gigantes bancários como Itaú e Bradesco, por exemplo, estão avançando para tokenizar ativos.