Após anunciar várias ações no mercado de criptomoedas, inclusive com a entrada na Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) o banco Itaú entrou no setor de Inteligência Artificial. Deste modo, o banco agora passa a oferecer a seus clientes investidores a possibilidade de investir em ações de empresas globais de tecnologia IA.
Por meio do COE Autocall Inteligência Artificial, será possível participar do movimento de mercado dos papeis de quatro das principais empresas globais atuando nesse segmento: NVIDIA, AMD, Snowflake e Meta.
Segundo informou o Itaú, a estratégia tem duração de 5 anos e se encaixa na modalidade capital protegido. A aplicação mínima é de R$ 5 mil e a operação não está sujeita à variação cambial. A cada seis meses ocorre a verificação do desempenho das ações que compõem essa cesta.
Se na data de verificação não houver desvalorização dos papeis em relação ao valor inicial, ocorre o pagamento do capital investido acrescido do cupom (juros da operação) de no mínimo 9,40%. Caso esse cenário não ocorra, o cupom acumula e o produto segue em operação para a próxima verificação.
Ao final dos cinco anos se a condição para pagamento não for registrada em nenhuma das verificações semestrais, o participante recebe o 100% do capital investido e o COE é encerrado.
“Como uma instituição financeira atenta às novas oportunidades para nossos clientes, elaboramos uma estrutura de investimento que busca aproveitar esse momento de grande destaque do segmento de Inteligência Artificial”, explica Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco.
O COE Autocall Inteligência Artificial tem como público-alvo investidores em geral, dentro dos perfis moderado, arrojado e agressivo. O imposto de renda segue as alíquotas regressivas (22,5% a 15%), de acordo com o prazo em que a aplicação estiver vigente.
O prazo para alocação começa em 21 de agosto, com data de início oficial do produto em 01 de setembro. A contratação está disponível via site da Itaú Corretora, além dos gerentes e especialistas de investimentos.
A entrada do Itaú no setor de inteligência artificial é parte de uma estratégia de diversificação de opções de investimento do banco que também tem cada vez mais se envolvido no mercado de criptomoedas.
Entre as diversas ações realizadas pelo banco em 2023, está a entrada na ABCripto e a participação nos testes do Drex, a CBDC do Brasil. Em novembro do ano passado, o banco anunciou um serivço de custódia de Bitcoin que deve começar a funcionar ainda este ano. A funcionalidade será ofereceida pelo Itaú Digital Assets, unidade de negócio do Itaú Unibanco responsável pelo processo de tokenização do banco.
Inicialmente a exposição do Itaú ao mercado cripto se dava apenas pela sua participação societária na XP Investimentos que, por sua vez, possuia produtos com exposição ao mercado de criptomoedas. No entanto, com a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de fundos de investimento e ETFs voltados ao mercado cripto, o banco 'embarcou' na onda.
Desta forma, o banco começou a atuar como distribuidor de fundos de criptomoeda ligados inicialmente a Hashdex e depois também os produtos da BLP. Depois disso as ações do banco no mercado de criptoativos só aumentou com o braço de investimentos do grupo, o Corporate Venture Capital do Itaú Unibanco anunciando um aporte milionário em uma rodada de investimento na Liqi.
Em 2021 o banco também fez uma parceria com a exchange Mercado Bitcoin para o lançamento de tokens de recebíveis no banco e que seriam negociados pelo próprio Itaú. Pouco tempo depois o bano lançou o Index Blockchain Ações FX IE, um produto que investe em empresas que adotam a tecnologia blockchain, como a Coinbase.
Em fevereiro de 2022 ano o banco também anunciou o lançamento de um Certificado de Operações Estruturadas (COE) chamado de "Autocall Metaverso" e que tem como foco empresas que oferecem soluções voltadas ao metaverso.
Pouco tempo depois, em julho, o banco anunciou um divisão especial voltado ao mercado de tokenização e que, em um primeiro momento, focou suas atividades na tokenização de recebíveis do próprio banco, que no mercado internacional de criptomoedas são chamados de tokens RWA.
Sobre sua mudança de posição em relação as criptomoeda o Itaú destacou que o mercado de ativos digitais tem evoluído rapidamente e a regulação tem procurado acompanhar este desenvolvimento.
"Nesse sentido, o mercado de capitais deve se aproveitar desta transformação para aumentar sua eficiência e segurança. Atuando neste setor, seja por meio da tokenização ou da custódia dos criptoativos, a Itaú Digital Assets busca atender uma demanda de mercado por segurança e se consolidar na liderança de um mercado em transformação", declarou o banco.