Um investidor desconhecido reativou uma carteira digital após deixar uma quantia de 2.100 bitcoins parados desde outubro de 2017. Com isso, quase cinco anos depois, o dono da carteira possui agora um lucro de US$ 44,5 milhões (mais de R$ 213,17 milhões, na cotação atual) que poderá ser realizado.
A movimentação foi detectada pela empresa de análise de mercado PechShield, que costuma monitorar endereços em redes blockchain em busca de possíveis movimentações de criptoativos que sejam suspeitas ou então chamem a atenção pelo alto valor, como a que ocorreu com a carteira "adormecida".
De acordo com a PeckShield, a carteira digital recebeu os 2.100 bitcoins em 19 de outubro de 2017 e, desde então, não registrava nenhuma outra movimentação de ativos. Entretanto, na última segunda-feira, 18, o endereço foi reativado e as unidades da criptomoeda foram transferidas para uma outra carteira digital.
Na época da aquisição, os ativos estavam cotados em US$ 11,8 milhões no total. De 2017 a 2023, a maior criptomoeda do mercado passou por sucessivos ciclos de valorização e perdas, mas acabou acumulando um saldo positivo. Com isso, os ativos foram avaliados agora em US$ 56,3 milhões, aproximadamente.
Lógica de longo prazo
Apesar da movimentação ter sido identificada, ainda não sabe o que o dono das carteiras fez com os bitcoins desde então. Por isso, ainda não é possível apontar que o lucro milionário foi "realizado", termo comum no mercado financeiro para se referir à venda de ativos com uma margem de lucro.
Graças à tecnologia blockchain, é possível identificar as movimentações, já que todas as operações nas redes precisam ser aprovadas e acabam se tornando públicas. Ao mesmo tempo, a identificação do dono de cada carteira é mais complexa, demandando um trabalho de investigação mais profundo.
Além disso, não há como saber se a intenção do investidor efetivamente é a de vender os bitcoins e realizar o lucro. Em geral, o "despertar" de carteiras digitais resulta em dois movimentos. O primeiro é a realização do lucro a partir da venda do ativo, enquanto o segundo é a mudança de endereço, mas manutenção dos ativos.
Esse segundo movimento está ligado a uma lógica de investimento de longo prazo. Nela, o investidor costuma ignorar volatilidades de curto prazo no preço do ativo e se concentrar em uma tese de valorização de longo prazo, o que justificaria manter os ativos investidos mesmo em casos de lucro significativo.
Fonte: exame