O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta semana os últimos resultados da balança comercial, balanço de pagamentos, reservas internacionais e de taxas de câmbio no Brasil. Entre os resultados elencados na carta conjunta está a evolução das importações líquidas de criptomoedas no país a partir de 2019, quando o monitoramento começou a ser realizado pelo Banco Central.
De 2019 a 2022, as importações líquidas de criptomoedas no país saltaram de US$ 3 bilhões para US$ 7,5 bilhões, o que representou um aumento de 150% em três anos. Pelo que apresentou o Ipea, em 2020 as importações líquidas totalizaram US$ 3,3 bilhões em 2020 e saltaram para US$ 5,9 bilhões em 2021, até alcançarem US$ 7,5 bilhões no ano passado.
Importações de criptomoedas
Em relação a 2023, as importações de criptomoedas têm se intensificado no país nos últimos meses. Elas registraram um aumento de 40% entre fevereiro ao atingirem um volume de US$ 1,4 bilhão, ante US$ 1 bilhão do mesmo período do ano passado, segundo a carta conjunta.
Segundo o Ipea, há uma intensificação da diferença entre o que é calculado pelo Banco Central e o que é apurado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que leva em conta somente os contratos de câmbio em razão da inexistência de registro aduaneiro para as criptomoedas.
Em relação ao balanço global, a Secex informou que o saldo comercial em março foi de US$ 11 bilhões, que é a diferença entre os US$ 33 bilhões alcançados em exportação e os US$ 22 bilhões totalizados em importações.
Quanto ao acumulado de 12 meses até março de 2023, foram US$ 76 bilhões em exportações e US$ 60 bilhões em importações, o que representou um saldo de US$ 16 bilhões na balança comercial.
No caso do balanço de pagamentos, o Ipea revelou que "a conta de transações correntes tem registrado sucessivos déficits desde julho de 2022, conforme é o usual para a série brasileira" e que "o déficit em transações correntes para fevereiro de 2023 foi de US$ 2,8 bilhões, ante US$ 9,1 bilhões no mês anterior. No acumulado em 12 meses, o déficit em transações correntes é de US$54,4 bilhões (2,8% do produto interno bruto – PIB), ante US$ 46,8 bilhões (2,8% do PIB) em fevereiro de 2022.”
As possíveis distorções entre os números de importações de criptomoedas no Brasil podem estar relacionadas às movimentações de exchanges não estabelecidas no país, cujo volume de imposto pode chegar a R$ 500 milhões em 2023.
Fonte: exame