A IBM tem algumas ideias sobre o que será necessário para que o euro digital seja bem sucedido, as quais foram compartilhadas em uma publicação recente no blog oficial da empresa. A IBM sugeriu cinco itens que podem ajudar os designers da moeda digital do Banco Central Europeu (BCE) a "entrar no cenário de pagamentos altamente competitivo, multifacetado e heterogêneo da zona do euro."
Alguns dos pontos levantados pela IBM já fazem parte do projeto de lei da Comissão Europeia (CE). "Construir sobre os trilhos existentes", o primeiro ponto, já está previsto no plano da CE, embora possa ser mais explorado, disseram os cinco autores das propostas apresentadas pela IBM. A simplicidade será fundamental para a adoção inicial, argumentaram eles, e a familiaridade reforça isso.
Os intermediários também terão um papel a desempenhar na aceitação do euro digital, e a moeda digital deve ser projetada para acomodar as necessidades destas entidades:
"Vemos a necessidade de um ecossistema mais granular de intermediários. O futuro cenário de intermediários para o euro digital deve ser concebido em vários níveis. O planejamento de mais de um intermediário entre o usuário de varejo e os componentes do euro digital do BCE ofereceria maior suporte para os intermediários menores."
A padronização das APIs simplificaria a integração e incentivaria a concorrência, segundo a publicação.
A proposta da CE inclui sistemas robustos de privacidade off-line que poderiam ser estendidas às atividades on-line para garantir a privacidade das transações de ponta a ponta, sugeriu a IBM. A legislação proposta oferece medidas de privacidade "consistentes com os atuais níveis de privacidade dos pagamentos digitais." A IBM disse que as regras de privacidade precisam ser harmonizadas com as leis existentes, incluindo a limitação de relatórios, para garantir que os relatórios sejam segregados.
A tecnologia de registro distribuído não é essencial para a criação de uma versão digital do euro, observaram os autores, mas a tecnologia blockchain é a que oferece mais benefícios. Sua operação não é necessariamente mais intensiva em carbono do que os sistemas que não utilizam a tecnologia blockchain, acrescentaram os autores.
Por fim, a proposta aconselha que a implementação deve ser lenta e a segurança deve ser priorizada. Começar com um produto mínimo viável para acelerar o tempo de lançamento no mercado é uma boa estratégia. Implementar o a moeda em uma área restrita para lidar com a grande complexidade do ambiente operacional do futuro euro digital também é recomendável.
Fonte: exame