O mar de Salvador, na Bahia, parece ter servido de inspiração para o colombiano Franco Jamarillo em sua empreitada que já dura uma década à frente das operações brasileiras da gigante do agronegócio Cibra. Ela tem na capital baiana, próximo ao polo de Camaçari, a principal unidade das 13 fábricas da empresa, que é controlada pela estadunidense Ominex e a britânica Anglo American e está presente há 30 anos no Brasil.
Jamarillo e seu time administrativo, cuja atuação é 100% digital, trabalham as criptomoedas como uma das principais apostas para ajudarem a Cibra a faturar R$ 10 bilhões em fertilizantes em 2023, quase 30% acima dos R$ 7,8 bilhões registrados em 2022. O grande destaque é a CibraCoin, lançada em abril do ano passado pela gigante dos fertilizantes e que funciona como um token lastreado em quilos de fertilizante.
Em entrevista à Forbes, o executivo afirmou estar surpreso com a aceitação do token, disponibilizado na plataforma da corretora brasileira Foxbit. Segundo ele, a migração dos produtores rurais para o modelo tokenizado é um processo de educação, já que muitos deles ainda não tiveram contato com a tecnologia blockchain.
Ele disse ainda que um dos principais desafios junto a produtores e investidores é a disseminação da ideia de que as criptomoedas não trazem novos risco, mas sim o contrário, já que representam uma “ferramenta para a produção agrícola” e podem servir também como uma nova forma de comprar fertilizantes, além da possibilidade de investimento.
Blockchain e agronegócio
Segundo Jamarillo, 1 quilo de fertilizante equivale a 1 Cibracoin. Ele destacou que o token serve como proteção à variação de preços da commodity no mercado porque permite ao produtor pagar a Cibra utilizando o Cibracoin no momento em que achar oportuno, já que o token serve como uma espécie de stablecoin, lastreada no preço do fertilizante.
O colombiano também destacou que, além das criptomoedas, o modelo digital impactou a rotina da empresa, que passou a adotar o modelo home office, o que permitiu a distribuição dos funcionários das 13 unidades, morando em 100 cidades diferentes. O que representa um total de 500 dos 1000 funcionários da empresa.
O exemplo da Cibracoin mostra como a tecnologia blockchain tem sido cada vez mais usada no mundo do agronegócio, inclusive no Brasil. Em outro caso de uso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) optou pela utilização da tecnologia para realizar o rastreamento da produção de açúcar mascavo, com implementação bem-sucedida em uma usina.
Fonte: cointelegraph