Um novo relatório do Banco Central do Brasil revelou que as exchanges brasileira de criptomoedas compram BTC de mineradores chineses e americanos para revender no Brasil. Segundo reportagem do Valor, o Banco Central do Brasil revelou que as empresas nacionais de criptomoedas são os maiores compradores de Bitcoin de mineradores estrangeiros.
Dados do BC apontam que cerca de 75% das compras internacionais de BTC (importações) não são realizadas por pessoas físicas, mas por empresas de criptomoeda que compra Bitcoin para revender para os clientes no Brasil.
Os dados revelados pelo Banco Central serão apresentados em um relatório, nesta quarta, 15, para o Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório descreve o cenário da importação de criptoativos no Brasil, quem são os players responsáveis por isso e as pretensões do Banco Central para melhorar o relatório.
A reportagem revela que o documento foi escrito por Fernando Lemos, chefe do departamento de estatísticas, Gustavo Felipe de Sousa, coordenador da divisão de balanço de pagamentos e Thiago Said Vieira, chefe da divisão de pagamentos do departamento de estatísticas do BC.
As importações de criptomoedas somam cerca de US$ 850 milhões por mês, em média, sendo que as 10 maiores empresas de BTC do Brasil compraram 75% deste volume. Conforme o Valor, o relatório revela que a maioria dos endereços que vendem criptomoedas a exchanges brasileiras estão localizados em Estados Unidos, Hong Kong, Cingapura, Ilhas Virgens Britânicas e Reino Unido.
As importações de Bitcoin vem impactando a balança comercial do Brasil desde 2019, ano em que o BTC e as criptomoedas passaram a constar no cálculo do Banco Central.
Desde então, ano a ano, as importações de criptomoedas são apontadas como um dos principais fatores que geram o déficit comercial de ajuste na conciliação entre a balança comercial levantada pela Secex e a calculada pelo BC.
Para o estudo, o BC considera apenas a atividade de mineração que é denominada "um processo produtivo", seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics”, portanto, integra a balança comercial.
Conforme noticiou o Cointelegraph, apesar de manter a liderança na América Latina em termos de adoção de criptomoedas, o Brasil, 9º colocado global, ficou na segunda colocação em importação de criptomoedas entre junho de 2022 e julho de 2023.
Nesse período, o país recebeu um volume de US$ 85,3 bilhões, pouco abaixo da Argentina, 15º mundial, que importou US$ 85,4 bilhões no mesmo período. Esses dados, que foram divulgados esta semana pela empresa de análise blockchain Chainalysis, compõem o Índice Global de Adoção de Criptomoedas de 2023, que será lançado no final do mês.
De acordo com a empresa, a América Latina é a sétima maior criptoeconomia do mundo, com 7,3% do volume total. A região apresenta maior aderência às exchanges centralizadas em relação a outros mercados.
Em termos de participações no Brasil, a stablecoin pareada ao dólar americano Tether USDT respondeu por cerca de 52% da demanda dos investidores nacionais na exchanges no período. Já o Bitcoin BTC orbitou 25% e o Ethereum ETH respondeu por 6% enquanto as demais altcoins totalizaram pouco mais de 17%.
A empresa observou que a aderência sobre as stablecoins é ainda maior em países com a Argentina e a Venezuela em face da desvalorização da moeda local por causa do avanço da inflação nesses países.
A publicação classificou o Brasil como “um mercado único na América Latina”, mas revelou que houve um recuo do país no comparativo com levantamentos anteriores em relação ao desenvolvimento institucional em criptomoedas e adoção de finanças descentralizadas (DeFi).
Fonte: cointelegraph
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