A empresa cripto Ripio anunciou a criação de um blockchain próprio em parceria com um consórcio de outras empresas do setor, unidas pelo objetivo de atender às necessidades e resolver os desafios econômicos enfrentados pela população da América Latina.
Inflação, trabalho informal e baixo nível de bancarização estão entre os vilões que dificultam a vida financeira do latinoamericano. Chamada de LaChain, a rede blockchain “da América Latina” foi desenvolvida ao longo de um ano para tornar o dia a dia financeiro da população mais fácil e por trás do projeto estão as empresas Ripio, SenseiNode, Num Finance, Cedalio e BuenBit.
“O importante desse movimento é que a forma de escalar os blockchains serão muitos e dedicados a distintos casos de uso. Achamos que a América Latina merece ter espaço no blockchain dedicado aos casos de uso da região”, comentou Sebastian Serrano, CEO da Ripio, em uma coletiva de imprensa no evento Modular Summit, em Buenos Aires, nesta quinta-feira, 22.
Na Argentina, onde ocorreu o evento Modular Summit, a inflação é o principal problema enfrentado pelos residentes do país. Nesse contexto, o uso de stablecoins, criptomoedas de valor estável que acompanham o valor de ativos como o dólar, cresceu.
“O uso de stablecoins aumentou muito principalmente desde o ano passado, que dobrou. O número de usuários também aumentou. Cerca de 5 milhões de pessoas usam cripto na Argentina como um todo, principalmente stablecoins, em particular por conta da inflação”, comentou Sebastian Serrano na coletiva de imprensa.
A integração com um sistema financeiro tradicional pode ser o ponto chave para que a adoção dos criptoativos ganhe o mundo todo. Por isso, o objetivo é que o ecossistema da LaChain esteja disponível em todas as plataformas, incluindo fintechs e bancos, para que a tecnologia seja integrada a este sistema.
“Achamos que o trabalho da Ripio de buscar o usuário acabou e nossos aplicativos podem dar o próximo passo para se tornarem mais poderosos para um usuário mais avançado, que quer que cripto esteja integrado na indústria financeira tradicional. Boa parte da adoção vai ser com a integração de todo o sistema”, disse Serrano.
“Essa tecnologia vai impactar toda a humanidade e todas as atividades humanas”, disse Serrano sobre a tecnologia blockchain. “Vemos cada vez mais empresas e instituições financeiras adotando cripto”, acrescentou.
A LaChain utiliza o mecanismo de consenso de Tolerância a Falhas Bizantinas (Byzantine Fault Tolerant Proof of Authority, IBFT PoA, na tradução em inglês). Nesse sistema, os nós validadores são os únicos responsáveis por criar os blocos e adicioná-los ao blockchain em série. Todos os validadores se revezam em propor o próximo bloco (round-robin). Para que o bloco seja validado e inserido no blockchain, uma supermaioria (mais de 2/3) dos validadores deve aprová-lo. No futuro, a expectativa é que a rede migre para o mecanismo de consenso Proof of Stake (PoS), já utilizado em redes consolidadas, como a Ethereum.
O token nativo da rede é a LaCoin (LAC), com emissão fixada em 10 bilhões de unidades. Compatível com Ethereum Virtual Machine (EVM), a LaChain possui taxas baixas e pode processar mais transações do que o Mercado Livre, gigante na América Latina.
“Acreditamos que a América Latina é um terreno fértil para desenvolvimento deste novo paradigma devido a questões históricas da região que viabilizam a criação de projetos como a LaChain. Queremos oferecer não apenas um blockchain projetada para mitigar problemas locais, mas, também, criar um ecossistema feito por latinoamericanos para latinoamericanos, melhorando suas finanças, oferecendo novas experiências que os colocam em destaque”, disse Sebastian Serrano.
Entre as soluções que podem ser incluídas no ecossistema da LaChain estão ingressos em NFT, jogos online e até mesmo um “Pix em blockchain”, segundo o CEO da Ripio. A empresa realizou recentemente um hackathon para explorar as possibilidades da rede. Entre os vencedores estavam um grupo de brasileiros da Trexx com uma solução para jogos em blockchain.
Fonte: exame
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