Uma pesquisa da corretora de criptomoedas Bitget apontou quais parcelas da população mundial possuem mais, ou menos, aceitação ao mercado cripto, levando em conta suas decisões de investimento e visão sobre a regulação do segmento. Segundo o levantamento, o público millennial - formado pelas pessoas que nasceram entre 1981 e 1996 - é com maior aceitação.
Ao todo, foram entrevistadas 255 mil pessoas de 26 pessoas, incluindo mercados importantes como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, o Japão, a Coreia do Sul e o Brasil. O estudo recebeu respostas de 9,7 mil brasileiros. Os participantes foram divididos em quatro grupos etários: baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964), Gen Xers (1965 a 1980), millennials e Gen Z (1997 a 2012).
Para participar da pesquisa, era obrigatório que o participante tivesse adquirido ao menos uma criptomoeda recentemente, ou então ainda estive em posse dela. Considerado os grupos de divisão, os baby boomers tiveram a menor aceitação a criptomoedas: apesar de representarem 19% da população mundial, apenas 8% dos participantes já compraram uma moeda digital.
A segunda pior taxa de aceitação foi a dos Gen Z, com 21%. Entretanto, o número é maior que a participação deles na população global, de 17%. A segunda melhor taxa de investidores ficou com os Gen Xers, com 25%, contra 23% de participação na população mundial.
Na liderança, isolados, estão os millennials. Dos participantes da pesquisa nessa faixa etária, 46% adquiriram recentemente uma criptomoeda. O número é maior que a participação deles na população mundial, de 31%. Para a Bitget, os dados mostram "um uso desigual de ativos digitais entre diferentes idades".
A corretora acredita que existem quatro razões que explicam a aceitação maior desses ativos por parte dos millennials, assim como a rejeição por outras faixas etárias. O primeiro é que esse grupo "está mais familiarizado com a internet e as tecnologias digitais em comparação com as gerações mais velhas, o que os torna mais propensos a adotar as criptomoedas".
A Bitget considera ainda que "os millennials estão na idade em que se está começando a construir sua carteira de investimentos". Nesse momento, "as criptomoedas podem ser vistas como uma oportunidade atraente de investimento por causa de seus retornos potencialmente altos".
Além disso, o estudo cita um ceticismo maior por parte desse grupo em relação às instituições financeiras tradicionais. O principal motivo é que os millennials precisariam a crise financeira de 2008 em seus anos de formação, levando a essa desconfiança. Como os criptoativos surgiram como uma alternativa a esse sistema, eles acabam atraindo o grupo.
O último fator citado pela Bitget é que os millennials ficaram conhecidos por adotarem novas tecnologias antes de outras gerações, geralmente tendo mais interesse em testá-las. As criptomoedas são baseadas na tecnologia blockchain, que é relativamente recente e surgiu no fim dos anos 2000.
Segundo o estudo, os integrantes da geração Z "também são grandes fãs de tecnologias modernas e estão ansiosos para usar seu conhecimento de blockchain para salvar e aumentar seus capital". Porém, eles não tiveram experiências negativas com crises financeiras, o que "poderia impedi-los de fazer investimentos de alto risco", caso do mercado cripto.
Há ainda o fato de que ao menos metade dos participantes da pesquisa que integram a geração Z ainda são menores de idade, e portanto tem menos - ou nenhum - investimentos, e por isso também possuem menos capital disponível para investir.
Regulamentação de criptomoedas
A pesquisa da Bitget também questionou os participantes sobre a posição deles em relação à regulamentação de criptomoedas. Os integrantes dos grupos etárias foram questionados se eles considerariam a posição de candidatos em eleições sobre o setor e sua regulação.
Dessa vez, os mais interessados no tema foram os integrantes da geração Z, e não os millennials. A pesquisa aponta que 36% dos membros desse grupo disseram que levariam essa posição em consideração, enquanto 27% dos millennials tiveram a mesma resposta.
Já em relação aos baby boomers e aos Gen Xers, o interesse foi significativamente menor. Apenas 4% e 6% dos integrantes desses grupos, respectivamente, disseram que levariam a posição sobre regulamentação de criptomoedas em consideração ao escolher em quem votariam. Por isso, a Bitget observa que "a cada geração, há mais interesse para saber se seus representantes eleitos têm um interesse semelhante sobre regular ativos digitais".
Fonte: exame