O vice-governador do Banco da Inglaterra, Sir Jon Cunliffe, alertou na sexta-feira que os empréstimos bancários podem secar na economia de criptomoedas. Em um discurso proferido na London School of Economics, ele explicou que há “uma nova onda de desenvolvimento tecnológico que permite o uso transacional, não de dinheiro de Bancos Centrais ou comerciais, mas sim de uma nova forma de ativo, os chamados cripto-ativos."
Jon Cunliffe, que anteriormente era ebaixador britânico para a União Europeia, começou falando sobre stablecoins.
“Certamente, existe a possibilidade de as stablecoins vinculadas a grandes plataformas tecnológicas e de mídia social poderem tornar-se a principal escolha para as pessoas deixarem de manter todo ou muito dinheiro em 'contas correntes' nos bancos para mantê-las em 'stablecoins', em carteiras virtual não fornecidas por bancos.
Nesse mundo, e dependendo de como e se as stablecoins forem lastreadas com outros ativos financeiros, a oferta de crédito à economia real por meio do sistema bancário poderia se tornar mais fraca ou até desaparecer. Isso seria uma mudança com profundas consequências econômicas.”
O Banco da Inglaterra havia alertado anteriormente sobre a Libra e outras novas formas de pagamento que, segundo eles, devem ser consideradas com cuidado antes de serem liberadas. De acordo com Jon Cunliffe, "as autoridades precisam garantir que qualquer stablecoin usada como dinheiro atenda aos padrões aplicados ao dinheiro dos bancos comerciais e passem em outros testes em áreas como concorrência, proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro".
Muitos governos estão em alerta com relação a Libra. Na semana passada, os ministros das Finanças do G20 e os governadores dos Bancos Centrais emitiram um comunicado após a primeira reunião deste ano abordando as stablecoins.
“Reiteramos nossa declaração em outubro de 2019 sobre as chamadas 'stablecoins globais' e outros acordos semelhantes de que esses riscos precisam ser avaliados e tratados adequadamente antes de iniciarem a operação e apoiamos os esforços do FSB (Financial Stability Board) para desenvolver recomendações regulatórias com relação a esses acordos.”
As stablecoins globais são stablecoins com potencial para atingir escala desde o lançamento.
O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) lançou um documento de pesquisa do Grupo de Trabalho do G7 em outubro do ano passado intitulado "Investigando o impacto das stablecoins globais". Ele destaca como essas moedas podem "aumentar as vulnerabilidades no sistema financeiro mais amplo" por meio de vários canais.
Em primeiro lugar, o artigo sugere que os depósitos de varejo nos bancos podem declinar se os usuários mantiverem stablecoins permanentemente em contas semelhantes a depósitos, resultando em bancos aumentando sua dependência de fontes de financiamento mais caras e voláteis. Em segundo lugar, a "fácil disponibilidade de stablecoins globais pode exacerbar as corridas bancárias nos momentos em que a confiança em um ou mais bancos diminui", detalha o relatório. Terceiro, “se novos intermediários financeiros no ecossistema global de stablecoin capturassem uma fração significativa da atividade de intermediação financeira, isso poderia reduzir ainda mais a lucratividade dos bancos, levando os bancos a assumir mais riscos ou a contratar empréstimos para a economia real".
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Fonte: news.bitcoin
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