A inteligência artificial (IA) rapidamente conquistou o seu lugar ao sol com programas como ChatGPT, Lensa, AutoGPT e Singularity. Desde o início de 2023, o tema virou assunto de debates e a tecnologia disparou em adoção, o que fez com que muitos se perguntassem se é possível fazer dinheiro com inteligência artificial.
Para além dos novos empregos gerados pela tecnologia e as possibilidades de empreendedorismo, há também o interesse de muitos em investir na tecnologia que pode protagonizar o futuro.
Enquanto empresas como a OpenAI, criadora do ChatGPT, ainda disponibilizam suas ações apenas no mercado privado, é possível investir de forma indireta na inteligência artificial, tomando os seus devidos cuidados.
Empresas como o Google, por exemplo, são listadas em bolsa e já desenvolvem os seus próprios programas de inteligência artificial. Além disso, um ETF chamado Conversational AI, AI and Innovation (CHAT) foi criado recentemente para investir em ações ligadas à inteligência artificial, principalmente aquelas que focam na conversação, similares ao ChatGPT.
Para investir em fundos como este, no entanto, é preciso investigar a sua reputação e o histórico, além de avaliar os riscos associados e buscar pela diversificação de carteira, segundo um comunicado da Genial Investimentos.
Especialistas já apontam que as criptomoedas podem ter uma “fusão promissora” com a inteligência artificial. Pouco tempo após o boom do ChatGPT e dos programas de inteligência artificial no início do ano, não demorou muito tempo para que surgissem criptomoedas focadas na tecnologia.
Confira algumas delas:
• SingularityNET (AGIX): permite que qualquer pessoa crie, compartilhe e monetize serviços de IA de maneira simples. Por meio de seu marketplace, os usuários podem navegar, testar e comprar serviços de IA usando o token de utilidade nativo da plataforma, AGIX. É também um ambiente onde os desenvolvedores de IA podem publicar e vender suas ferramentas e rastrear seu desempenho. O time por trás da SingularityNET é o mesmo que desenvolveu a IA Sophia, um robô humanoide que virou celebridade.
• Fetch AI (FET): a Fetch.AI se autodenomina um laboratório de inteligência artificial construindo uma rede de aprendizado de máquina descentralizada, aberta e sem permissões com uma economia criptográfica. Segundo o protocolo, qualquer pessoa pode se conectar e acessar conjuntos de dados usando a IA autônoma para executar tarefas que aproveitam sua rede global de dados. A cripto FET serve para comprar esses serviços. Casos de uso: otimização de serviços de negociação DeFi; redes de transporte (estacionamento, micromobilidade); redes inteligentes de energia.
• Artificial Liquid Intelligence (ALI): a criptomoeda alimenta o AI Protocol, que aposta nos iNFTs ou NFTs inteligentes, a partir de criações de arte generativa. Esses NFTs inteligentes podem se movimentar, adquirir traços especiais que mudam em determinadas condições e até reagir. Com a ajuda do protocolo, criadores e desenvolvedores também podem aproveitar novos modelos de monetização, aquisição de usuários, verificação, crowdsourcing e governança, além de permitir a interoperabilidade dos ativos de IA em DApps construídos sobre ele.
• Ocean Protocol (OCEAN): propõe que pessoas e empresas monetizem seus dados enquanto preservam a privacidade e o controle. No Ocean Market, os consumidores podem acessar conjuntos de dados, em especial de IA, que “antes estavam indisponíveis ou eram mais difíceis de encontrar”, diz o protocolo. Os dados podem ser negociados com a cripto OCEAN.
Para avaliar se vale a pena investir em criptomoedas de inteligência artificial, no entanto, o cuidado deve ser redobrado. Diferente do mercado tradicional, as criptomoedas ainda não são reguladas em muitos países e podem ser criadas livremente na internet. Por isso, antes de investir é preciso avaliar a seriedade do projeto, por exemplo.
“O problema é a facilidade de se criar criptos, e com qualquer tipo de motivação. Geralmente, as moedas digitais criadas do dia para a noite não surgem das melhores intenções dos desenvolvedores. É fácil se aproveitar da euforia e tirar uma casquinha para embolsar grana. Muitos investidores entram nesse mercado para especular e ganhar dinheiro rápido e sem esforço, sem conhecer seus mecanismos e particularidades”, comentou Felippe Percigo, investidor especializado em criptoativos e professor de MBA de Finanças Digitais.
A inteligência artificial pode ser usada, inclusive, para auxiliar na gestão de portfólio. Dois pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, criaram recentemente um sistema de gerenciamento de portfólios de criptomoedas baseado em inteligência artificial que utiliza dados de transações e transferências em blockchains.
Batizado de CryptoRLPM, abreviação de "Cryptocurrency reinforcement learning portfolio manager" (gerente de portfólio de criptomoedas com aprendizagem por reforço, em tradução livre), o sistema de inteligência artificial utiliza uma técnica de treinamento chamada "aprendizagem por reforço" para implementar dados em seu modelo.