Encurralado pelos “golpes” do pagamento de taxas e da lentidão das instituições financeiras ao transferirem seus pagamentos dos Estados Unidos para o Brasil, o casal de lutadores brasileiros do Ultimate Fighting Championship (UFC) Luana Pinheiro e Matheus Nicolau não pensaram duas vezes em dar um contragolpe e mandar para lona os embaraços que envolviam a chegada de seus salários ao Brasil.
A reação aconteceu quando eles optaram pelo recebimento de seus vencimentos em criptomoedas, tendência que se tornou crescente entre os profissionais da América Latina segundo um levantamento da plataforma de pagamentos Bitwage, responsável por intermediar o pagamento dos lutadores.
“A vantagem é que as negociações acontecem muito rápido, sem depender do funcionamento do banco. Receber em cripto facilitou o controle do meu dinheiro”, explicou Nicolau.
Sétimo colocado no ranking peso-mosca, Matheus Nicolau chegou primeiro às criptomoedas, em março deste ano, quando se tornou o primeiro atleta latino-americano e o segundo lutador do UFC a ser pago em bitcoin (BTC).
“Luana se juntar a mim na adoção do padrão bitcoin me deixa muito feliz e estou mais do que confiante de que esses passos ousados dados hoje serão uma grande vitória no futuro, para nós dois”, declarou o lutador em julho deste ano, quando a namorada fechou parceria com a Bitwage.
Por sua vez, a lutadora disse que, apesar dos movimentos corretivos do bitcoin, a exemplo do que aconteceu nos últimos dias, a criptomoeda funciona com um hedge contra a inflação e mantém uma tendência de alta no longo prazo em meio à deterioração das moedas fiduciárias.
“Sou do Brasil, então vivi a inflação e seus efeitos”, disse detentora da 14ª colocação do peso-palha feminino do UFC.
Luana e Matheus fazem parte de uma legião crescente de profissionais da América Latina. Foi o que apontou um levantamento da própria Bitwage revelando que desde janeiro do ano passado o número de profissionais da região recebendo em criptomoedas cresceu. Entre os profissionais da Argentina, a ascensão foi de 600% enquanto o crescimento entre os profissionais do Brasil recebendo em criptomoedas foi de 50%.
Em julho deste ano, a prestadora de serviços de contratação e pagamentos Deel, que fornece mão de obra a empresas de mais de 150 países e que possui mais de 100 contratados, revelou que os pagamentos via criptomoedas mais que dobraram entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, quando e a América Latina respondia por dois terços dos pagamentos feitos em criptomoedas a trabalhadores remotos.
Fonte: exame
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