No primeiro trimestre de 2023, os brasileiros negociaram um volume de criptomoedas 17,7% maior que no mesmo período do ano passado. Com isso, o montante total chegou a R$ 46 bilhões, de acordo com dados da Receita Federal.
Além disso, o número de negociações também cresceu, o que resultou num novo recorde de CPFs e CNPJs operando criptomoedas. E o grande destaque, em termos de crescimento, ficou com uma criptomoeda que tem ligações com o Brasil.
Criptomoedas mais negociadas
Somente em março, o volume total atingiu R$ 15,8 bilhões, praticamente o mesmo de fevereiro. Em contrapartida, o valor representa uma alta de 32% na comparação com março de 2022. Quem liderou as negociações foi a stablecoin USDT, que respondeu por R$ 37,1 bilhões ao longo do semestre.
Mas no quesito número de operações, a liderança ficou com o Bitcoin (BTC) que registrou 5,7 milhões de operações, 6% a mais que no primeiro trimestre de 2022. Em termos de volume, o BTC movimentou bem menos que a USDT, respondendo por R$ 6 bilhões.
Em segundo lugar ficou o Ether (ETH), que registrou 2,2 milhões de operações que, juntas, movimentaram R$ 891,2 milhões. Os números representam queda de 65% e 12,6%, respectivamente, na comparação com o ano passado.
Recordes de CPFs
Além dos aumentos em termos de volumes – consequência da forte valorização do BTC no trimestre – o número de investidores também cresceu. De acordo com a Receita Federal, mais de 1,6 milhão de CPFs declararam operações com criptomoedas, quebrando um novo recorde absoluto.
Mas as empresas que negociaram criptomoedas também quebraram recordes, com o cadastro de 61,3 mil CNPJs que realizaram esse tipo de operação. As exchanges brasileiras negociaram R$ 37,2 bilhões, no primeiro trimestre, montante 35,1% maior que o registrado entre no mesmo período do ano passado.
Já as exchanges que não possuem domicílio ou sede no Brasil responderam por R$ 2,7 bilhões em volumes, queda de 26% na comparação com 2022. No entanto, estas transações correspondem apenas a valores acima de R$ 30 mil, únicos que as exchanges estrangeiras são obrigadas a reportar. Portanto, o volume total pode ser diferente do estimado pela Receita.
Por fim, as transações realizadas através de peer-to-peer (P2P) responderam por R$ 5,9 bilhões, uma queda de 23,5%. Os P2P também devem reportar as operações, mas alguns optam por não reportar, o que pode explicar a queda.
Stablecoin brasileira
Entre os maiores volumes de negociação, o destaque ficou com a BRZ, stablecoin pareada ao real, que processou 3,3 milhões no primeiro trimestre. A título de comparação, a BRZ processou apenas 159 mil transações no mesmo período de 2022 – um aumento de 2.075% nessa quantidade.
No entanto, o volume financeiro da stablecoin até março atingiu de R$ 630 milhões, bem menor que os quase R$ 2 bilhões nos primeiros três meses do ano passado.
Fonte: criptofacil