Investidores retiraram capital pela quinta semana consecutiva de fundos com exposição a criptomoedas, apontam dados da empresa de inteligência de mercado CoinShares. Entre os dias 14 e 21 de maio, as retiradas somaram US$ 32 milhões. Apesar do fluxo de saída, os investidores brasileiros alocaram US$ 1,3 milhão (pouco mais de R$ 6 milhões, na cotação atual) em fundos desse tipo no mesmo período.
Dos oito países listados pelo relatório “Digital Asset Fund Flows Weekly Report”, da CoinShares, o Brasil e o Canadá foram os únicos que exibiram aportes em fundos de criptoativos. Os valores aplicados nesses instrumentos de investimento foram de US$ 1,3 milhão e US$ 2,2 milhões, respectivamente.
A Alemanha foi, pela quarta semana seguida, o país que registrou o maior fluxo de saída de capital de fundos com exposição a ativos digitais, totalizando US$ 122 milhões. Os US$ 24,1 milhões negativos vistos na última semana representam 73% das saídas do período. O país ainda tem US$ 1,4 bilhão alocado nesses instrumentos de investimento em criptomoedas, um dos maiores números do mundo.
Mesmo com o aporte visto na última semana, o acumulado anual de investimentos em fundos de cripto ainda é de US$ 21 milhões negativos no Brasil. Além disso, o país registra um dos menores montantes alocados dentre as regiões listadas pela CoinShares. Os Estados Unidos lideram a categoria, somando US$ 24,8 bilhões. O Canadá, que tem o segundo maior volume, acumulada US$ 2,3 bilhão, uma diferença de quase onze vezes.
No acumulado das últimas cinco semanas, os fundos de criptomoedas registram US$ 235 milhões de saída de capital. Em seu relatório, a CoinShares afirma não saber o motivo por trás desse movimento, aparentemente coordenado, de retirada de capital de fundos de cripto.
Interesse modesto em diversificação
A maior parte do fluxo de saída dos fundos com exposição a criptomoedas está ligada aos produtos relacionados ao bitcoin. Investidores retiraram US$ 32,7 milhões entre os dias 14 e 21 de maio. Por outro lado, o maior fluxo positivo de aportes foi visto em fundos com exposição a diferentes ativos digitais, que receberam US$ 1,6 milhão. Também foram feitos aportes de US$ 300 mil, US$ 200 mil e US$ 900 mil em fundos com exposição a litecoin, XRP e outros criptoativos.
Somados, os aportes em instrumentos de investimento com exposição a altcoins -criptomoedas alternativas ao bitcoin e ao ether - somam US$ 3 milhões. Apesar de representar menos de 10% do total retirado dos fundos, o capital alocado em altcoins pode indicar um interesse dos investidores na diversificação indireta de portfólio.
Fonte: exame