Observando o cenário atual de reaquecimento contínuo da economia global, o Brasil é visto internacionalmente como um terreno fértil e em processo de transformação acelerada para se tornar um dos maiores hubs de inovações tecnológicas e financeiras do mundo. Esse aspecto nacional, com foco nos modelos da nova economia digital, já é observado em diferentes instâncias.
Um recente estudo apresentado pela Gemini, corretora dos gêmeos Winklevoss, cofundadores do Facebook, mostrou que 66% dos brasileiros entrevistados veem as criptomoedas como “o futuro do dinheiro”. Dos 1.700 participantes da pesquisa, 41% já possuem moedas digitais. Fato comprovado pelo relatório apresentado nos últimos dias pela Chainalysis, que coloca o Brasil na 7ª posição entre os países que mais adotam o uso desses ativos mundialmente. Ou seja, os brasileiros demonstram estar dispostos a ir cada vez mais fundo no mundo dos criptoativos.
Em consequência, empresas nacionais e estrangeiras que por aqui aportam diariamente correm para adotar tecnologias que permitam novas possibilidades de negócios no segmento. Um bom exemplo disso é o sistema de adesão que tem sido adotado por investidores institucionais, impulsionado desde abril de 2021, por meio do lançamento do primeiro ETF - fundos de índices com cotas negociadas na bolsa de cripto - na B3.
A partir daí, diferentes fundos multimercado e até mesmo de clientes de instituições financeiras privadas começaram a investir em criptos por meio desses ETFs, um movimento importante para estimular novas iniciativas.
Outro exemplo prático de que os brasileiros estão abertos às novas tecnologias está na adoção e rápida popularização do Pix, sistema de pagamentos e transferências instantâneas criado pelo Banco Central há dois anos. Segundo estatísticas da instituição, o número de chaves Pix ativas ultrapassou a casa dos 478 milhões, em julho de 2022.
O número corresponde a mais que o dobro da população brasileira que está na casa dos 214 milhões de habitantes, de acordo com estimativas do IBGE. Em proveito dessa oportunidade, startups brasileiras de criptoativos focadas no desenvolvimento de produtos e serviços para os usuários finais já exploraram a tecnologia e sua larga utilização, com o desenvolvimento de aplicativos dedicados a operações de transferência em ativos digitais, que amplia consideravelmente sua base de usuários.
Além disso, o uso cada vez mais recorrente pelas empresas cripto brasileiras de tecnologias focadas no metaverso contribui para uma popularização ainda maior do segmento cripto no país. A criação e desenvolvimento de fan tokens e jogos em blockchains ganha cada vez mais terreno no país. Segundo a Decentral Games, o Brasil é o 7º país do mundo com o maior número de usuários em jogos NFT.
Em paralelo a esse cenário, o processo de regulamentação do mercado cripto no país está mais próximo de ocorrer. O PL 4401/2021 avança na Câmara dos Deputados e dentro de pouco tempo teremos um novo conjunto de regras que vão trazer mais segurança ao investidor e estimular mais oportunidades de negócios no setor.
Como grande protagonista da expansão desse ecossistema no Brasil temos, de fato, a alta capacidade criativa dos brasileiros, que permite gerar soluções e serviços com o intuito de atrair novos investidores e expandir ainda mais a utilização das criptomoedas e ativos digitais em diferentes segmentos de mercado.
Reforço que para dar continuidade a esse processo e aguçar ainda mais a mentes criativas dos brasileiros, o ponto-chave passa pela educação focada no ecossistema cripto. E isso já tem sido observado por meio de uma gama de cursos e tutoriais implementados por profissionais de renome no mercado encontrados facilmente nas redes sociais.
Por isso, vejo que hoje temos ótimos motivos para aperfeiçoar nosso entendimento em relação ao mundo cripto e suas particularidades, além de conseguir visualizar a sua grande capacidade de vetor de transformação social. Afinal, os brasileiros também podem promover uma grande revolução econômica e financeira por meio do uso e aplicação dos ativos digitais em diferentes segmentos.
Fonte: exame
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