Na quarta-feira, 3, a Receita Federal atualizou, com os números de março, os dados captados através da Instrução Normativa nº 1888 (IN 1888). O número de declarações de pessoas físicas (CPF) únicas negociando criptoativos bateu recorde no referido mês, ultrapassando 1,6 milhão. O volume declarado no primeiro trimestre de 2023 foi de R$ 47,151 bilhões, um crescimento de 21% no ano a ano.
Crescimento em usuários e volume
A IN 1888 criou, em agosto de 2019, regras para que exchanges nacionais e investidores brasileiros declarassem suas movimentações com criptomoedas. Para as exchanges nacionais, foi criada a obrigação de reportar todas as movimentações feitas em suas plataformas. Para os investidores, pessoas físicas ou jurídicas, foram criadas regras para reportar movimentações feitas em exchanges internacionais e em negociações diretas.
O volume total declarado no primeiro trimestre de 2023 foi de R$ 47,151 bilhões, 21% maior do que os R$ 38,947 bilhões reportados no mesmo período do ano passado. Em ambos os anos, o volume negociado em exchanges nacionais representou a maior parte do que foi declarado.
Ao todo, R$ 38,108 bilhões foram negociados por exchanges brasileiras no primeiro trimestre de 2023, representando 80,8% do total declarado no período. No ano passado, o volume movimentado em criptomoedas nessas plataformas foi de 70,7% em relação ao total.
Em março deste ano, a Receita Federal registrou recorde de declarações recebidas por CPFs únicos: 1,6 milhão. No caso das empresas únicas negociando criptomoedas (CNPJ), o número de declarações foi o segundo maior da história da IN 1888, totalizando 61.257. O crescimento de CNPJs únicos entre janeiro e março foi de 26%.
Presença feminina cresce
Embora os valores negociados por mulheres no mercado cripto seja inferior a ⅕ do total, houve um crescimento ano a ano na participação feminina.
No primeiro trimestre de 2023, as mulheres movimentaram R$ 6,87 bilhões, representando 14,57% do total negociado no período. O valor é 28,4% superior aos R$ 5,35 bilhões negociados por investidoras nos três primeiros meses de 2022, que representou apenas 13,73% do somatório movimentado naquele período.
O crescimento no volume pode estar relacionado ao aumento na participação feminina no número de operações com ativos digitais. As transações do público feminino representaram, em média, 21,32% das operações do primeiro trimestre deste ano, enquanto a média de janeiro a março de 2022 foi de 18%.
Fonte: exame