Um estudo realizado pela Batcoinz revela que mais de 50% da mineração de Bitcoin utiliza fontes de energia renováveis. A porcentagem é maior do que qualquer outra indústria. Na sequência aparecem os setores bancário e industrial, com 39,2% e 32%, respectivamente.
Esses dados são importantes porque a mineração de Bitcoin é frequentemente criticada, tratada como sinônimo de poluição. Um exemplo são os frequentes ataques do Greenpeace, que pede por uma mudança no código do BTC.
Outro detalhe é que a taxa de hash da rede do Bitcoin está em seu auge. Ou seja, mais máquinas estão sendo ligadas, mas os mineradores estão buscando alternativas sustentáveis até mesmo nos lugares mais remotos do mundo.
Quando o assunto é mineração, estudos da Universidade de Cambridge sempre foram destaques. No entanto, a própria instituição reconhece que seus dados estão desatualizados há quase dois anos.
“Seu mapa de mineração ‘perdeu a pulsação’ em janeiro de 2022. Isso significa que seu modelo está, no momento em que foi escrito, 22 meses desatualizado”, nota a Batcoinz, responsável pelo novo estudo. “Há 22 meses, o Cazaquistão, uma nação quase inteiramente baseada em combustíveis fósseis, tinha 13,2% do hashrate global. Hoje diminuiu para apenas 100 MW, bem menos de 1% da rede total.”
Usando um novo modelo, o estudo da Batcoinz afirma que a mineração de Bitcoin usa 52,6% de energia renovável. Em contraste, a indústria do ouro usa apenas 12,8%. Entre os dois aparecem os setores bancários (39,2%), industrial (32%) e de agricultura (19,6%).
“A REDE DO BITCOIN UTILIZA MAIS DE 50% DE ENERGIA SUSTENTÁVEL, O QUE A TORNA A PRINCIPAL UTILIZADORA MUNDIAL DE ENERGIA SUSTENTÁVEL.”
Outro dado apresentado revela que a taxa de hash cresceu 400% nos últimos 4 anos. Mesmo com a crescente concorrência, a mineração manteve-se focada na sustentabilidade.
“ISTO TORNA O BITCOIN A ÚNICA INDÚSTRIA GLOBAL ONDE O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA NÃO LEVOU AO CRESCIMENTO DAS EMISSÕES.”
Conforme o custo da energia é o principal gasto das mineradoras de Bitcoin, essas empresas estão sempre buscando soluções para baratear esse custo. Como exemplo, no início desse ano a TeraWulf anunciou que uma de suas fazendas utilizará 100% de energia nuclear nos EUA.
Outras vão além, buscando energia barata em países isolados que não teriam o que fazer com o excesso de energia gerado a não ser desperdiçá-lo. A Islândia, famosa pela geração de energia por vulcões, tornou-se um destino das mineradoras.
“Os mineradores de Bitcoin estão em uma posição única para comprar a energia que, de outra forma, seria desperdiçada”, aponta um documentário da Bloomberg Originals, mostrado abaixo. “Há um monte de energia com zero-emissão de carbono e isso é algo que os mineradores de Bitcoin estão procurando.”
Apesar de algumas soluções criativas, as hidroelétricas ainda são as maiores fornecedoras de energia verde para mineradoras de Bitcoin, sendo responsáveis por 23,5% do abastecimento. Na sequência aparecem carvão e gás, considerados uma opção suja.
Fontes nuclear, eólica e solar aparecem logo em seguida, mostrando que a indústria de mineração está aproveitando todas as oportunidades. Em comparação, o estudo da Batcoinz aponta que a mineração de Bitcoin usa mais energia renovável que carros elétricos.
“SABEMOS QUE A PRINCIPAL FONTE DE COMBUSTÍVEL DO BITCOIN É A ENERGIA HIDRELÉTRICA. ISSO FAZ COM QUE ELA SEJA A ÚNICA INDÚSTRIA GLOBAL CUJA PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA NÃO É O COMBUSTÍVEL FÓSSIL.”