O bitcoin teve uma valorização de mais de 20% no mês de março, o que ajudou a criptomoeda a ampliar o seu valor total de mercado. Com isso, o maior e mais conhecido ativo do setor cripto conseguiu superar gigantes de diversos segmentos da economia, incluindo a Visa, líder em meios de pagamentos, o banco JPMorgan e a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp.
Os dados foram reunidos pelo site CompaniesMarketCap, que informa os valores totais de mercado de diferentes empresas e tipos de ativo ao redor do mundo. De acordo com a plataforma, o maior valor de mercado do mundo atualmente do ouro, com US$ 13.070 trilhões. Em seguida, vem o gigante de tecnologia Apple, com US$ 2.522 trilhões, e a Microsoft, com US$ 2.075 trilhões.
Já o bitcoin ganhou espaço, e atualmente ocupa a 11ª posição, com um valor de mercado de US$ 539.82 bilhões. A diferença para o 12º colocado, a Meta, é relativamente pequena, de US$ 7 bilhões. A décima colocação é atualmente ocupada pela montadora de veículos Tesla, com US$ 601.46 bilhões.
Entre as grandes empresas que estão atrás da criptomoeda, estão a Johnson & Johnson, com US$ 475.43 bilhões e na 14ª posição, a Visa (15ª, US$ 463.53 bilhões), a petroleira Exxon Mobil (19ª, US$ 420.85 bilhões), o Walmart (20ª, US$ 382.63 bilhões) e o JPMorgan Chase (21ª, US$ 366.41 bilhões).
O bitcoin também está à frente de marcas famosas, como Coca-Cola, Nestlé, Samsung e Bank of America. Entre as criptomoedas, o segundo maior valor de mercado é do ether, cripto nativa da Ethereum. O ativo está na 50ª posição — também com avanços recentes — e um market cap de US$ 212.66 bilhões. Ele está à frente de empresas como a Nike, a Toyota e o McDonalds.
Além do ouro, a prata também está entre os dez ativos com maior valor de mercado, na sexta posição e com US$ 1.309 trilhão. Com isso, as duas principais formas de reserva de valor para proteção com volatilidade estão em destaque no ranking. E vale lembrar que, para alguns analistas, investidores e entusiastas, o bitcoin teria o potencial de concorrer com os dois minerais nesse âmbito, servindo como um "ouro digital".
Para a megainvestidora de Wall Street Cathie Wood, que acertou a alta da Tesla, a criptomoeda tem o potencial de valorizar 24.000%, devido, entre outros fatores, ao fato de ela ser um "veículo seguro" para investidores e instituições, em especial durante a crise bancária atual.
Alta do bitcoin
Para especialistas, a forte alta do bitcoin em 2023 está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.
Fonte: exame