O bitcoin possui menos de duas décadas de vida, mas uma constante nos últimos anos tem sido a sua posição de liderança entre os ativos com melhor desempenho para investidores. Um novo estudo, realizado pela empresa Hashdex, confirma esse cenário: a criptomoeda foi o ativo que mais valorizou entre 2014 e 2023.
De acordo com o levantamento da gestora de criptoativos, o bitcoin acumulou um crescimento de 7.880% nesses últimos dez anos. O valor seria cinco vezes maior que os ganhos somados dos outros oito ativos que foram analisados no estudo, considerando opções em renda fixa e variável.
No mesmo período, o S&P 500, que reúne as principais ações das bolsas dos Estados Unidos, teve uma valorização acumulada de 381,5%. Já o IMA-B, um indicador que reúne o desempenho de títulos públicos brasileiros indexados ao IPCA, subiu 189,3%. Os três ativos tiveram os maiores ganhos nesse período.
O bitcoin também superou outros ativos de renda fixa brasileira, caso da renda fixa prefixada com vencimento em cinco anos, que valorizou 183,1% em dez anos, e o CDI, que teve crescimento de 122,8%. Por outro lado, o dólar valorizou 113,5% no período em relação ao real, passando de R$ 2,347 para a casa dos R$ 5.
Em relação aos índices de ativos de renda variável, o Ibovespa — que reúne as principais ações da bolsa brasileira — ficou na última posição, com ganho de 102,8%. O IHFA, um índice de hedge funds, valorizou 143,%, enquanto o IFIX, um índice que reúne fundos imobiliários, cresceu 107,9%.
Estendendo o período de análise, a valorização do bitcoin foi ainda maior. Considerando os últimos 13 anos, ele teve uma valorização de mais de 55.255.519%, superando o desempenho de outros gigantes de tecnologia nos seus primeiros 13 anos de negociação, além de índices como o S&P 500 e o Ibovespa.
Investimento de longo prazo
Mesmo com essa liderança no período, o bitcoin mostrou volatilidade na análise ano a ano. Em 2014, ele ficou na última colocação entre os ativos analisados, com queda de 52%. Já entre 2015 e 2017, ele liderou os ganhos. Em 2018, ele voltou à lanterna, e então retomou a primeira posição entre 2019 e 2021. Em 2022, ele voltou a ocupar o último lugar, mas, no acumulado de 2023, está na liderança, com alta de mais de 60%.
Na visão da Hashdex, os dados mostram "uma variação do criptoativo, mas também como ele está consolidado e domina com folgas entre os principais investimentos do mundo". A variação de posição também reforça a tese de investimento com foco em ganhos de longo prazo no ativo, reduzindo a influência de movimentos de curto prazo nas decisões de investimento.
"Esse estudo reforça positivamente nossa tese de investimento de longo prazo em criptoativos. Estamos falando de uma tecnologia com potencial transformador do cenário financeiro global. A valorização dos criptoativos, em especial o bitcoin e o ethereum, são apenas reflexos naturais dessa evolução do mercado", comenta Samir Kerbage, CIO Global da Hashdex.
Fonte: exame