O desenvolvimento da blockchain Cardano ainda segue em progresso contínuo. Esse novo período da rede tem sido muito aguardado e é um dos mais significativos até o momento, pois trará a possibilidade de implementação de smart contracts.
Criada em 2017, a Cardano é uma rede que mistura um pouco de diferentes projetos conhecidos de cripto ativos. Com isso, de um lado, ela visa atuar em operações desses contratos inteligentes, como a Ethereum, enquanto de outro, também quer atuar como uma criptomoeda, mais ou menos como o Bitcoin.
A implementação dos smart contracts é um passo muito importante para que a Cardano se firme como uma das maiores criptos do mundo, colocando-a como uma das grandes rivais da Ethereum, que apesar de recentes melhorias, ainda tem dificuldades de escalabilidade e sofre com suas altas taxas.
Com a nova atualização, a Alonzo, a projeção é de que os usuários poderão criar e implementar seus próprios contratos na blockchain da Cardano, abrindo o caminho para os aplicativos descentralizados (dApps) e colocando a rede como forte candidata nos setores de Finanças Descentralizadas (DeFi) e tokens não fungíveis (NFTs).
Essa atualização foi dividida em cinco partes, para ser implementada aos poucos, evitando assim choques na rede e grandes problemas, dando tempo para implementar o novo modelo com melhor qualidade. As cinco etapas foram denominadas: Blue (Azul), White (Branco), Purple (Roxo), Red (Vermelho) e Black (Preto).
A primeira fase foi a Blue, ocorrida em maio deste ano. Foi uma etapa de teste para analisar e tirar conclusões de como a rede iria se comportar. Já a segunda fase dessa atualização, é conhecida como a White. Essa etapa contou com um grupo maior de desenvolvedores para potencializar os trabalhos e foram adicionadas mais funcionalidades na rede. Foi uma fase mais focada internamente e depois que foi se ampliando para os usuários, mas de uma maneira bem controlada e exclusiva.
A terceira parte é a Purple, que é a fase que lança a função dos contratos inteligentes para serem testados oficialmente pelos usuários. E as fases Red e Black, devem ser finalizadas até outubro e serão dedicadas para consertos de bugs e ajustes finais.
A rede foi desenvolvida em chamadas “eras”, que são fases de sua história focadas no desenvolvimento de funcionalidades, de forma a ampliar o sistema e torná-lo mais eficiente e ainda mais atrativo.
No total são seis eras, que vão desde o lançamento do token ADA para ser negociado na rede até um sistema de votação autossuficiente, passando pela implementação dos smart contracts e escalonamento da rede.
A primeira fase é a Byron que define basicamente a base da Cardano, com a implementação das carteiras e a negociação da ADA. E nessa “era” passou a valer a mineração usando consenso da prova de participação (PoS).
Shelley foca em descentralizar a rede ao configurar iniciativas para que os usuários hospedem seus próprios nós. A ideia dessa era é garantir que não haja um pequeno grupo controlando a rede, deixando-a na mão de grupos de participantes.
A Goguen é a fase atual na qual está essa atualização que comentamos neste artigo. Ela coloca em prática a funcionalidade dos contratos inteligentes, permitindo que desenvolvedores criem aplicativos descentralizados (dApps).
A outra fase é a Basho, focada no aprimoramento da estrutura da rede, buscando otimizar e escalonar a estrutura, permitindo o processamento de mais transações. Essa era também introduz cadeias secundárias, que seriam uma forma de escalonar a rede utilizando múltiplas blockchains.
A última era é conhecida de Voltaire, na qual inclui um sistema de votação e tesouraria para governança autossuficiente, em que os usuários poderão fazer staking de seus fundos de forma a influenciar o desenvolvimento futuro na rede.
Portanto, essa atualização tem como objetivo trazer esses contratos inteligentes para a rede da Cardano, adicionando assim a capacidade de formar aplicativos descentralizados, os Dapps.
Por: Sophia Müller
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