O mercado de criptomoedas ainda não soa confortável para muita gente, mas isso não deve ser um impeditivo para quem deseja investir. O custo do receio pode ser ficar de fora das excelentes valorizações que estão por vir, acredito eu, já pela metade do próximo ano. E você não quer perder essa, certo?
A coluna desta semana é especialmente dedicada a quem está louco para entrar na festa, mas se limita apenas a espreitar pela fechadura.
Vou responder seis perguntas básicas que todo iniciante deve se fazer. Aqueles que ficarem comigo até o final, garanto, se sentirão aptos a cruzar o portão.
Para abrir a lista, o essencial: um pouco de autoconhecimento.
Os perfis são tradicionalmente divididos em três: conservador, moderado e arrojado. Eu acredito que existam algumas outras nuances a considerar, mas, muito além de classificações, o fundamental é definir os seus objetivos como investidor.
Quer dizer, então, que um conservador não está apto a investir em criptomoedas?
Errado. Ele está apto, sim!
O conservador vai investir de uma forma diferenciada, apostando em uma gestão de risco específica para o perfil, e o arrojado, de outra. Mas ambos podem colher bons frutos, do seu jeito, no mercado.
Para descobrir o seu perfil, avalie:
Depois do autoconhecimento, o próximo passo é avaliar o que você sabe sobre os elementos que envolvem a criptoesfera.
Não adianta começar a investir sem possuir um conhecimento mínimo dos mecanismos dos ativos digitais e do mercado. Ter uma noção dos conceitos a seguir é essencial para dar o start. Vou passar rapidamente por cada um e deixo você com a tarefa de se aprofundar nos temas.
Blockchain: A tecnologia blockchain é a base das criptomoedas. É uma tecnologia de registro distribuído que permite registrar transações de forma segura, transparente e descentralizada. É importante entender como funciona o blockchain e como ele é usado para registrar transações em cripto.
Carteiras digitais: As carteiras digitais são usadas para armazenar criptomoedas. Existem diferentes tipos, como as carteiras quentes ou hot wallets, que funcionam online, e as frias, de operação offline, consideradas mais seguras. Informe-se melhor para escolher a carteira certa para suas necessidades.
Exchanges: As exchanges são plataformas digitais onde as criptomoedas são negociadas. Elas podem ser centralizadas (CEX), caso da Binance e da Kraken, e descentralizadas (DEX), como a Uniswap.
Algoritmo de consenso: mecanismo que permite a usuários ou máquinas se coordenarem em uma configuração distribuída e garante que todos concordem com o mesmo estado do sistema. Na blockchain, o algoritmo de consenso é responsável por validar transações e manter a integridade da rede. Os mais populares são o prova de trabalho (Proof-of-Work), utilizado no Bitcoin, no qual os mineradores competem para resolver problemas matemáticos complexos e validar transações na rede, e o prova de participação (Proof-of-Stake), usado pela Ethereum e diversas outras criptomoedas. Nesse algoritmo, os validadores são escolhidos com base na quantidade de criptomoedas que possuem e bloqueiam esses ativos como garantia.
Segurança: É questão de sobrevivência entender como proteger os ativos digitais contra hackers e outras ameaças. Desconfie sempre de ofertas muito generosas vindas dos mais diversos canais digitais. Alguns dos golpes mais comuns no mercado são:
Regulamentação: As criptomoedas ainda são pouco regulamentadas na maior parte do mundo. No Brasil, estamos avançando, mas ainda nos resta um caminho significativo a ser percorrido. Pesquise sobre as regulamentações e não deixe de tomar as devidas precauções para estar em conformidade com elas.
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, as criptomoedas vão muito além do simples domínio de uma moeda, elas são tecnologias. Como tal, para ser demandada pelo público e, assim, sobreviver no mercado, precisam resolver problemas do mundo real e manter a relevância ao longo dos anos.
O investidor precisa se informar sobre os fundadores e a equipe que pilotam o projeto. Importante analisar suas carreiras, se são especialistas no que se propõem a fazer, se desfrutam de boa reputação no mercado, se já se envolveram com projetos semelhantes ao que estão desenvolvendo e se são atuantes junto à comunidade.
Peguemos como exemplo a Ethereum. O fundador da rede é o russo-canadense Vitalik Buterin, um programador bastante ativo no território dos ativos digitais e blockchain. Está sempre em contato com a comunidade e costuma dar bastante transparência ao trabalho que vem sendo desenvolvido na rede.
Viu que existe um time competente por trás? Agora, informe-se sobre os fundamentos da cripto e o seu potencial de crescimento. Acesse sites como CoinMarketCap e CoinGekco que trazem números, características e os desempenhos ao longo do tempo de mais de 20 mil moedas digitais.
Fique atento a indicadores vitais, como a capitalização de mercado e o fornecimento de tokens do projeto. Leia aqui uma coluna minha que explica de forma didática o assunto.
As parcerias colaboram para que uma criptomoeda tenha demanda.
Vamos pegar o caso da Polygon. Alimentada pela cripto nativa MATIC, a rede está envolvida em projetos com algumas das maiores empresas e marcas do mundo, como Nike, Meta, Disney, JPMorgan, Starbucks e Google.
Os principais motivos para a rede atrair tantas gigantes são o baixo custo de desenvolvimento e sua compatibilidade com a Ethereum.
Esse movimento indica uma tendência natural a um aumento da demanda pela criptomoeda MATIC. Então, antes de fazer o seu aporte, verifique com que companhias ou outros projetos o ativo desejado está envolvido.
Para responder à questão, você deverá retornar à pergunta número 1 desta coluna. O tamanho da exposição vai depender muito do perfil de cada um. Se for mais conservador, pode ser que prefira fazer uma alocação reduzida do portfólio em cripto.
Diversificar o portfólio deve ser uma tarefa de todo investidor comprometido com resultados. Espalhar os ovos por diversas cestas ajuda a diluir o risco e a minimizar possíveis perdas. Clique aqui para descobrir as vantagens de diversificar o portfólio.
Vou falar um pouco da minha experiência.
Embora muita gente me veja com um perfil mais agressivo, na verdade estou mais para o moderado. Minha carteira hoje é focada em três pilares: renda para o futuro; ganhos explosivos para curto e médio prazo; e renda fixa para trazer estabilidade.
Do meu portfólio, em geral, dedico 10% a criptomoedas, o que pode variar um pouco de acordo com o momento do mercado.
Lembrando que isso vale para mim. Você pode ter objetivos diferentes e estabelecer pilares diferentes como guia de composição de carteira. Por isso, estude e, se for preciso, não deixe de pedir ajuda a pessoas qualificadas e profissionais da área.
Fonte: exame
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