Desde que a China fez algumas declarações a respeito dos cidadãos que lidam com criptomoedas por meio de exchanges offshore e reprimiu o comércio de criptomoedas na semana passada, informando ser ilegal, uma página da web com uma lista chamada “Who Holds All The Bitcoin?” foi compartilhada em todas as mídias sociais e fóruns de criptomoedas.
Muitos especulam que a China está banindo o Bitcoin, enquanto ao mesmo tempo acumula 194.775 Bitcoins da apreensão de um esquema Ponzi de criptomoedas chamado Plustoken.
Esta página mostra uma lista dos supostos proprietários de quase 10% dos Bitcoins do mundo e também fornece links para as fontes, e a fonte do governo chinês deriva de um artigo publicado pelo theblockcrypto.com em 27 de novembro de 2020. O problema com as fontes da lista é que a verificação de propriedade é altamente inconclusiva e não oferece muito mais que especulação.
Embora o artigo informe que o governo chinês confiscou várias quantidades de Bitcoin, Ethereum, Litecoin e outros tokens, isso não significa necessariamente que o governo chinês ainda detém esses ativos. O governo chinês teria de provar a propriedade, e não o fará, e não há como saber se o país vendeu ou não os ativos.
Se a fonte do governo chinês for considerada legítima, as pessoas também podem presumir que a Bulgária possui 213.519 Bitcoins. Existem muitos artigos sobre o mistério por trás da apreensão dessas moedas pelo governo da Bulgária, mas até hoje ainda é discutível se elas ainda pertencem ou não à Bulgária.
As evidências mostram que é muito provável que a Bulgária leiloou o estoque de 200 mil Bitcoins, mas alguns ainda acreditam que é propriedade do governo búlgaro. Também se presume que o governo da Ucrânia possui 46.351 Bitcoins, mas esse número vem apenas de formulários de divulgação pública provenientes de funcionários públicos ucranianos.
Não há como confirmar se o governo chinês ou búlgaro ainda possui algum desses Bitcoins apreendidos em ações criminosas. A China ou a Bulgária teriam que provar a propriedade publicamente ou provar que poderiam movimentar esses fundos. Os países podiam assinar uma mensagem vinculada a um endereço específico que continha a referida quantidade de Bitcoin, mas nenhum governo faria isso.
Algumas das fontes na lista de quem possui os Bitcoins derivam de tweets e outros artigos vinculados a nomes como Tim Draper e Michael Saylor, mas a menos que esses indivíduos provem a propriedade movendo as referidas quantidades de Bitcoin ou assinem uma mensagem vinculada à chave privada do ativo, a comprovação da custódia desses Bitcoins não é confiável.
O fato é que, sem prova criptográfica, toda lista pode ser questionada, mas podemos ver um forte interesse institucional nas criptomoedas e principalmente no Bitcoin, com seis semanas consecutivas de entradas para produtos institucionais de investimento em criptomoedas.
Isenção de responsabilidade. A Universidade do Bitcoin não endossa nenhum conteúdo nesta página. Embora tenhamos como objetivo fornecer a você informações importantes do mundo das criptomoedas, os leitores devem fazer sua própria pesquisa e análise antes de tomarem quaisquer decisões e assumir total responsabilidade por elas, nem este artigo pode ser considerado como um conselho de investimento.