Tecnologia Blockchain toma conta de Israel

Por 23/03/2018
23/03/2018


O governo israelense financia empresas e instituições educacionais, colabora e faz parcerias com elas na promoção e desenvolvimento contínuo das tecnologias inovadoras e da ciência. A Associação Blockchain Israelita é a ponte de interação entre essas partes em relação às iniciativas nas tecnologias Blockchain.

O Governo de Israel promove a política de governo aberto com o entendimento de que as inovações recentes nas tecnologias de comunicação e informação poderiam permitir uma melhoria significativa na democracia parlamentar. Essa abordagem nutri os processos de elaboração de políticas com mais informações, melhora os serviços governamentais e tem potencial para fortalecer a confiança entre os cidadãos e o governo.

Uma empresa startup da tecnologia Blockchain, a CoaIiChain, está desenvolvendo uma plataforma política interativa que promove as políticas de um governo aberto e elimina a lacuna de comunicação entre o eleitor e os eleitos. Durante o discurso interativo entre as cidadãos e o governo, a plataforma produz mapas e gráficos que transmitem os interesses dos cidadãos, permitindo que os políticos, por sua vez, respondam em tempo real às consultas de seus eleitores. Os dados coletados pelo sistema rastreiam a frequência da influência corporativa e os pagamentos feitos aos políticos. O sistema também usa os contratos inteligentes para assegurar que os políticos cumpram os compromissos de suas campanhas - como propostas de orçamentos e políticas. O lançamento de uma versão beta está agendado para o primeiro trimestre de 2018, e a versão completa e o aplicativo do Blockchain integrado até o final de 2018 de acordo com o site da empresa.

Na Colômbia, a Fundação Democracy Earth lançou uma plataforma blockchain de votação digital, Plebiscito Digital, e trabalhou com várias organizações civis para permitir que colombianos no exterior dessem votos simbólicos através da plataforma. A Serra Leoa, um país da África, já realizou as primeiras eleições presidenciais no mundo com uso do Blockchain.

HighTech - Drones e Blockchain

Israel é o décimo país mais inovador do mundo, à frente dos EUA de acordo com o Bloomberg. Isso ocorre porque tem uma das porcentagens mais altas de engenheiros e cientistas entre os funcionários, e o maior número de startups tecnológicas produzindo as mais novas tecnologias. O crescimento tecnológico impulsionado pela indústria eletrônica de smartphones acelerou bastante o uso de veículos aéreos não tripulados (VANTs) no uso comercial. Os drones surgiram inicialmente com o único objetivo de alcançar e percorrer áreas onde era difícil demais de manobrar para o homem. Ao longo do tempo, seu uso se expandiu para o uso militar, por exemplo, para obter uma visão do alto de missões operacionais complexas e realizar inteligência, vigilância e reconhecimento - como o drone espião iraniano que Israel derrubou na Síria. Com o tempo, a demanda e outras progressões, os drones começaram a ser usados para diversos outros objetivos - inclusive para inspeções, pesquisas, vigilância, segurança, entrega e acesso à internet wireless.

Israel é o principal exportador de drones. A Airobotics, uma startup com sede em Petah Tikva, em Israel, é a primeira empresa do mundo a obter autorização da Autoridade de Aviação Civil de Israel (CAAI) para lançar os drones comerciais não tripulados no espaço aéreo de seu país.

Para rastrear e proteger os voos e entregas comerciais dos drones, outra empresa startup, a Applied Blockchain, fundada por Adi Ben-Ari, desenvolveu o registro Blockone de drones. "A plataforma Blockchain reúne operadores, fabricantes e reguladores de drones com uma única fonte de verdade. Os dados do itinerário rastreados por um drone durante seu voo podem ser carregados no mesmo registro compartilhado e apresentados visualmente num mapa interativo. Como esses dados são anexados a um drone registrado, as autoridades de aviação podem rastrear os voos de um drone específico, todos os drones de um determinado operador, ou até todos os drones de um fabricante específico, tudo no mesmo mapa e em tempo real para garantir a segurança de interoperação dos VANTs no espaço aéreo. Esse acesso aos dados é uma mudança de paradigma dos sistemas antigos, que dependem inerentemente de uma única parte confiável para manter os dados e fornecer o nível correto de acesso aos usuários" explicou Ben-Ari.

Uma criptomoeda nacional

Como Israel tem uma economia de mercado tecnologicamente avançada, ele se juntou à uma crescente lista de países que planejam lançar uma criptomoeda apoiada pelo estado. As criptomoedas são atualmente caracterizadas, pelo Banco de Israel (BOI), como um ativo ou propriedade. O interesse do Ministério das Finanças de Israel e da BOI em promover uma criptomoeda apoiada pelo estado, visa minimizar os riscos de corrupção, lavagem de dinheiro e infrações de evasão fiscal. Isso é especialmente importante, levando em consideração as recentes investigações de corrupção que levaram às acusações formais contra os assessores do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Israel possui ainda infraestrutura bancária, regulamentar e financeira limitada devido ao tamanho do mercado. Dois bancos, o Hapoalim e o Leumi lideram na indústria com o apoio do regulador local. Enquanto o Banco Hapoalim apoiou a tecnologia Blockchain, a Suprema Corte de Israel decidiu proibir de limitar as contas bancárias de empresas associadas à indústria de criptomoedas ou Blockchain para o Leumi. A Suprema Corte de Israel também rejeitou um recurso de uma lei que proíbe as opções binárias.

Israel é uma nação startup de Fintech com muitos empreendimentos disruptivos como o Bancor, Zen, DAGlabs, que estão desenvolvendo tecnologias para melhorar questões de escalabilidade das criptos. Enquanto atualmente não há regulamentos para ofertas iniciais de moeda (ICOs), o chefe da Autoridade de Valores Mobiliários de Israel (ISA) estabeleceu um comitê encarregado de avaliar a necessidade de regulamentação de ICOs em Israel.

Tributação das criptomoedas

A Autoridade Fiscal de Israel classificou as criptomoedas como um ativo ou propriedade (circulação fiscal 5/2018) e, portanto, a venda delas se torna um evento tributável como uma operação de troca que leva a um imposto sobre ganhos de capital a ser medido de acordo com o valor dos ativos trocados, de acordo com Yitzchak Chikorel CPA, sócio fiscal e chefe do Departamento de Impostos Internacionais da Deloitte Israel. Se uma criptomoeda é mantida por seu proprietário como um ativo financeiro (como um investimento), o ganho será classificado como um ganho de capital e tributado a uma taxa de cerca de 46% (23% como imposto sobre os ganhos de capital, 30% como imposto sobre dividendos) para as corporações e cerca de 25% para os indivíduos.

Se o ganho da criptomoeda for considerado parte da atividade comercial, como a mineração, o indivíduo será tributado em taxas progressivas que podem atingir 47% e corporações até 46%. Os investidores estrangeiros podem estar isentos de impostos com base em tratados fiscais, caso não existam isenções, serão tributados como empresas israelenses ou indivíduos israelenses. Em alguns casos, considerando recebimentos dos investidores por uma entidade emissora de ICO não será tributada no mesmo dia, porém posteriormente sim.

Fonte: cointelegraph


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