Banco Central do Brasil lança o PIX, um sistema de pagamentos instantâneos, em resposta ao Bitcoin

Por 21/02/2020
21/02/2020


O Banco Central do Brasil lançou nesta quarta-feira a marca PIX, uma nova forma de realizar pagamentos e transferências no Brasil, que estará disponível à toda população a partir de novembro de 2020. Com o PIX, será possível realizar transações entre pessoas, empresas e governo instantaneamente, 24 horas por dia, durante os sete dias da semana.

Roberto Campos Neto

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que o sistema de pagamentos instantâneos é uma resposta da instituição aos desafios trazidos pelo Bitcoin e outras criptomoedas.

“Este é um dos projetos mais importantes que temos neste ano. O mundo demanda um instrumento de pagamento que seja barato, rápido, transparente e seguro. Se pensarmos em termos do Bitcoin e das criptomoedas, elas nascem destas necessidades, destas características. E o PIX é a nossa resposta a estes sistemas.”

Entre as funcionalidades disponíveis do PIX está a realização de transações por meio de QR Code ou por meio do uso de informações simples dos usuários, tais como como CPF, CNPJ, número de celular ou e-mail. Esses dados são chamados de “chaves” e, por meio deles, será possível enviar e receber quantias instantaneamente por meio do celular.

O tempo estimado para cada operação é de apenas 10 segundos. O Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução da instituição, João Manoel Pinho de Mello, no entanto, estima que a maioria delas deve ocorrer em um tempo ainda menor, de 2 segundos.

O sistema de pagamentos instantâneos é mais uma medida da chamada Agenda BC#, que visa a adaptação do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) às modernas tecnologias presentes atualmente no setor.

“O PIX é um projeto muito importante e vai ser o embrião de uma transformação total no sistema financeiro do país”, destacou Campos Neto.

Outro ponto da Agenda BC# é o Open Banking, que o Banco Central define como o compartilhamento de dados, produtos e serviços por instituições financeiras e outras instituições licenciadas, a critério dos clientes no que diz respeito a seus próprios dados, através da abertura e integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de informação, de maneira segura, ágil e conveniente.

Com essas medidas, o Banco Central visa fomentar a competitividade e a inovação no sistema financeiro brasileiro e, consequentemente, gerar melhores oportunidades e opções para clientes.

A expectativa é que o uso do PIX diminua progressivamente o emprego de meios físicos, como o papel-moeda e cartões de crédito em plástico, diminuindo os custos do sistema financeiro nacional. Operações bancárias como DOC e TED também tendem a cair cada vez mais em desuso.

Instituições não-autorizadas pelo Banco Central, como as exchanges de criptomoedas, também poderão participar indiretamente do PIX. “Nossa expectativa é que isso é pró-competitivo”, afirmou o Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução da instituição, João Manoel Pinho de Mello.

No entanto, diretores técnicos do BC presentes ao evento, ponderaram a fala de Mello em seguida. A adesão direta ao PIX dessas corretoras está descartada em princípio por não se tratarem de instituições de pagamento que entram no recorte inicial estabelecido pelo BC.

Participação obrigatória

Para garantir o cumprimento do cronograma, o Banco Central determinou a participação obrigatória no PIX de todas as instituições financeiras e de pagamentos que tenham mais de 500 mil contas ativas.

Esse recorte engloba cerca de 30 instituições que representam mais de 90% do total de contas transacionadas ofertadas no Brasil.

Isso significa que os cinco grandes bancos — Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander — estão obrigatoriamente inseridos nesse novo programa. O mesmo se aplica aos principais bancos digitais, como Nubank, Inter e Original.

“Para que todas as funcionalidades estejam disponíveis à população em novembro, é preciso que todos os agentes se engajem. Essas medidas de obrigatoriedade visam unicamente disseminar o PIX, dando ao cliente o poder de escolha”, afirmou Mello.

A visão do Banco Central sobre as criptomoedas passou por mudanças em anos recentes. Até 2018, sob a presidência de Ilan Goldfajn, a autoridade monetária brasileira tinha uma visão bem mais negativa das moedas digitais.

A chegada de Roberto Campos Neto à presidência do BC intensificou esta visão mais positiva em relação às moedas digitais e ainda antes de assumir o cargo, em fevereiro de 2019, fez menção às criptomoedas e ao blockchain em carta ao Senado. Ele disse que um de seus objetivos no cargo seria o de preparar a autarquia para o avanço de novas tecnologias.

“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é a de preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais aceleradas.”

Segundo o Coach Neurofinanceiro Rodrigo Miranda - a cada dia o Bitcoin e as criptomoedas se tornam uma realidade de uso em larga escala. Em um futuro próximo poucos usarão o papel moeda. Grandes bancos e governos já estão se adaptando, investindo na tecnologia blockchain e criando suas próprias criptomoedas.

“Se eu fosse você não ficaria de fora desta tendência. Indico pelo menos de 3% a 5% da sua carteira de investimento em BITCOINS. Evite deixar seus BITCOINS na mão dos outros.”

Isenção de responsabilidade. A Universidade do Bitcoin não endossa nenhum conteúdo nesta página. Embora tenhamos como objetivo fornecer a você informações importantes do mundo das criptomoedas, os leitores devem fazer sua própria pesquisa e análise antes de tomarem quaisquer decisões e assumir total responsabilidade por elas, nem este artigo pode ser considerado como um conselho de investimento.

Fonte: Banco Central do Brasil


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